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Facchini

Mais de 80% dos caminhoneiros não passarão a profissão para os filhos

Pai e filho de costas observando uma frota de caminhões Scania vermelhos

Pesquisa Nacional da CNTA confirma o desinteresse dos mais jovens em seguir a profissão dos pais; Com a perda 1,1 milhão de motoristas profissionais nos últimos, cresce o risco de apagão logístico no Brasil

Problema crescente e incontestável no transporte rodoviário de cargas mundial, a falta de motoristas segue avançando e também se tornou um dos assuntos mais comentados e discutidos no Brasil ao longo deste ano. Dados que confirmam essa dura realidade não faltam. 


Segundo os números mais recentes da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), somente nos últimos 10 anos, o país perdeu 1,1 milhão de motoristas profissionais, aqueles que são habilitados nas categorias C, D e E. Já em Santa Catarina, o SETRANSC (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Sul de Santa Catarina) apurou que atualmente haja de 7 a 8 mil caminhões parados em todo o estado por falta de motoristas.



Baixa remuneração, crescente insegurança nas estradas, jornadas de trabalho exaustivas e longos períodos fora de casa, estão entre os principais fatores que tem afastado os trabalhadores das estradas e ainda desencorajado os mais jovens a seguirem a profissão que por muitos anos foi passada de pai para filho. A 3ª edição da Pesquisa Nacional CNTA sobre a Realidade do Transportador Autônomo de Cargas, divulgada neste mês, confirma este fato.


Ao analisar o perfil social dos caminhoneiros brasileiros, a pesquisa releva que atualmente 39,1% dos profissionais possuem 2 filhos, 25,4% possuem 1 filho e 17,9% possuem 3 filhos. A primeira vista estes números podem parecer positivos quando se pensa na continuidade da profissão. Entretanto, quando questionados sobre "quantos filhos seguem ou querem seguir a profissão de caminhoneiro", 85,8% dos caminhoneiros ouvidos afirmaram que os filhos não seguem ou não seguirão a profissão


O número revela um cenário preocupante para o futuro do transporte brasileiro e também reforça a importância de investimento e valorização da profissão, através de melhor remuneração, infraestrutura, segurança e qualidade de vida nas estradas. Somente assim será possível mitigar os riscos de um verdadeiro apagão logístico no país


Aplicada pela Trucker Inovação e Empreendedorismo Social LTDA, empresa contratada pela CNTA, entre junho e agosto de 2025, por meio de entrevistas presenciais, a pesquisa ouviu de forma proporcional 2.002 caminhoneiros autônomos cadastrados no RNTRC nas cinco regiões do Brasil. A coleta das informações ocorreu em em postos de combustíveis, centros de carga, balanças rodoviárias e pontos estratégicos de circulação de caminhoneiros nos estados do Amazonas, Tocantins, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.




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