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Caminhoneiros autônomos estão faturando em média R$ 14 mil/mês no Brasil

Mercedes-Benz Atron 2324 vermelho e carregado percorrendo uma estrada com vários carros atrás
ANTT/Divulgação

Pesquisa Nacional da CNTA revela o cumprimento de longas jornadas de trabalho, baixa renda e custos elevados

Durante audiência pública na Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) apresentou os resultados inéditos da 3ª edição da Pesquisa Nacional CNTA sobre a Realidade do Transportador Autônomo de Cargas. O levantamento revela que apesar das longas jornadas de trabalho e semanas fora de casa, a renda dos profissionais segue baixa, especialmente devido aos altos custos.


Aplicada pela Trucker Inovação e Empreendedorismo Social LTDA, empresa contratada pela CNTA, entre junho e agosto de 2025, por meio de entrevistas presenciais, a pesquisa ouviu de forma proporcional 2.002 caminhoneiros autônomos cadastrados no RNTRC nas cinco regiões do Brasil. A coleta das informações ocorreu em em postos de combustíveis, centros de carga, balanças rodoviárias e pontos estratégicos de circulação de caminhoneiros nos estados do Amazonas, Tocantins, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.



Longas jornadas de trabalho
A 3ª edição da Pesquisa Nacional CNTA revela que a profissão de caminhoneiro tem sido marcada por uma rotina exigente, na qual descanso e lazer acabam ficando em segundo plano, especialmente devido as jornadas intensas de trabalho, permanência prolongada fora de casa e a busca constante por equilíbrio entre despesas e rendimentos.

Em média, os caminhoneiros autônomos brasileiros estão trabalhando 25 dias por mês, permanecendo até 16 dias consecutivos fora de casa. Já as jornadas de trabalho tendo tido em média uma duração significativa de 14 horas por dia, ou seja, acima das atuais 11 horas permitidas pela atual redação da Lei do Descanso (13.103/2015). 96% dos caminhoneiros ouvidos ainda afirmaram que descansam em postos de combustível, devido falta de pontos de parada adequados.


Baixa renda
Apesar dos longos períodos fora de casa e das exaustivas jornadas diárias de trabalho, a renda dos caminhoneiros autônomos segue baixa em todo o Brasil. Em média estes profissionais tem realizado 9 fretes por mês, obtidos principalmente através de aplicativos de frete (46,6%) e diretamente com embarcadores (38%). 

A pesquisa também revela que a renda mensal bruta dos caminhoneiros autônomos brasileiro está na casa de R$ 46 mil. A primeira vista pode parecer uma valor significativo, mas a renda liquida mensal tem sido apenas de R$ 14 mil (cerca de R$ 40,00 por hora trabalhada), ou seja, do total faturado em único mês de trabalho, R$ 32 mil são utilizados para cobrir os custos. 

Ainda em relação a renda, 3ª edição da Pesquisa Nacional CNTA também identificou os principais meios de pagamento utilizados pelos caminhoneiros para receberem os valores de frete. Atualmente o PIX, meio de pagamento mais utilizado no Brasil atualmente, já é utilizado 75,5% dos caminhoneiros autônomos. Porém, a carta frete, proibida desde 2010, ainda segue presente no transporte rodoviário de cargas brasileiro, sendo utilizada em 2,7% dos pagamentos. 

Objetivo da pesquisa
Ao levar os resultados à Câmara dos Deputados, a CNTA busca ampliar a visibilidade das fragilidades da categoria no espaço onde são discutidas e elaboradas as leis que podem garantir a proteção e o fortalecimento dos caminhoneiros autônomos.

Confira na íntegra a 3ª edição da Pesquisa Nacional CNTA: CLIQUE AQUI


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