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Frota parada tem gerado um prejuízo estimado de R$ 30 milhões às transportadoras, segundo a SETRANSC
Mês após mês, a crescente escassez de motoristas profissionais no transporte rodoviário de cargas tem se mostrado cada vez mais um grave problema em todo o mundo. E não Brasil não é diferente. Dados recentes da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), revelam que somente nos últimos 10 anos, o país perdeu 1,1 milhão de motoristas profissionais, aqueles que são habilitados nas categorias C, D e E.
Já a análise por estados revela dados ainda mais preocupantes e já impactaram diretamente a economia. Em Santa Catarina por exemplo, o SETRANSC (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Sul de Santa Catarina) apurou que atualmente hajam de 7 a 8 mil caminhões parados em todo o estado por falta de motoristas. Juntos, estes veículos tem gerado um prejuízo estimado de R$ 30 milhões às transportadoras.
Para a entidade, o problema só não é ainda grave devido a fraco desempenho da economia brasileira atualmente. “O drama vai piorar se o mercado melhorar. O mercado hoje está bem quieto, bem parado, bem recessivo. Se der uma melhorada, a situação vai explodir, vai dar um boom, e não só em Santa Catarina, no Brasil como um todo”, destaca Lorisvaldo Piuco, presidente do SETRANSC.
A crescente queda no número de caminhoneiros no estado catarinense, bem como em todo o Brasil, pode ser diretamente associada à baixa remuneração, longos períodos fora de casa, falta de infraestrutura adequada para descanso, alimentação e higiene nas estradas, insegurança e até mesmo o crescente desinteresse dos mais jovens em seguir a profissão que até pouco tempo era passada de pai para filho.
“A insegurança nas estradas é tão grande que os pais não querem que os filhos sejam motoristas para imitá-los. Segundo: a tendência da juventude tem sido outra, eles têm mais interesse em TI (Tecnologia da Informação) e alguma coisa que envolva tecnologia moderna. E também o valor dos salários, principalmente no setor de carga fracionada, onde o salário não é convidativo”, explica.
Na tentativa de reverter a queda acentuada no número de motoristas habilitados em categorias profissionais, tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), um projeto de lei que promete facilitar o acesso dos mais jovens às categorias profissionais de habilitação. O PL nº 3.666/2024 cria duas novas subcategorias de habilitação, batizadas de C1 e D1. Pela proposta, os motoristas poderão ser habilitar diretamente nas novas subcategorias, sem a necessidade passarem pela atual e tradicional categoria B.
