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Falta de motoristas no Reino Unido provoca fechamento de postos de combustíveis e escassez de alimentos

Divulgação

Agravamento da falta de caminhoneiros provocou nesta semana, o fechamento de postos de combustíveis de umas das maiores distribuidoras da região; Supermercados também registram escassez de determinados tipos de produtos

Com o passar dos meses e anos a crescente falta de caminhoneiros vem se tornando um verdadeiro problema global. Mas nesta semana, esse desafio se agravou de maneira significativa no Reino Unido com o fechamento de postos de combustíveis e registro de falta de alimentos nas prateleiras de supermercados, devido a escassez de profissionais suficientes para realizarem as operações de transporte e distribuição.

Na última quinta-feira, 23 de setembro, a BP (British Petroleum) confirmou por meio de nota oficial o fechamento de cerca de 100 postos de combustíveis da rede no Reino Unido. “Estamos enfrentando problemas de abastecimento de combustível em alguns de nossos pontos de venda no Reino Unido e, infelizmente, vimos esses locais fecharem temporariamente devido à falta de diesel e gasolina.”, disse. “Estamos priorizando as entregas em áreas de serviço de rodovias, principais estradas e locais com maior demanda, buscando minimizar a duração das rupturas de estoque”, acrescentou.

Já nesta sexta-feira, 24 de setembro, a ExxonMobil, também afirmou que vem enfrentando dificuldades para garantir o abastecimento em alguns 200 pontos de vendas espalhados no Reino Unido. "Estamos trabalhando em estreita colaboração com todas as partes em nossa rede de distribuição para otimizar o fornecimento e minimizar qualquer inconveniente para os clientes", disse a empresa em comunicado.

Os desafios logísticos impostos pela escassez de caminhoneiros não se concentram apenas no setor de combustíveis. Agricultores e indústrias de alimentos também já alertam para dificuldades no escoamento da produção para os grandes centros urbanos. Prova disso é o registro da escassez de determinados produtos, alimentos e bebidas em prateleiras de supermercados, restaurantes e até mesmo bares no Reino Unido.

Conforme mostrado pelo Portal Caminhões e Carretas, em agosto, dados recentes da Road Haulage Association (RHA), revelam uma escassez de cerca de 100.000 profissionais em todo o Reino Unido. 


Dentre os fatores que tem elevado de maneira significativa o déficit de motoristas, destaca-se, o envelhecimento dos atuais profissionais (idade média de 55 anos) e desinteresse dos mais jovens em exercer a profissão, além da pandemia de Covid-19 (Coronavírus), combinada com a saída da União Europeia (BREXIT).


Medidas para atrair novos profissionais
Ciente deste cenário preocupante, o governo inglês vem buscando soluções para minimizar os impactos da escassez de motoristas. Até outubro deste ano, o governo anunciou a flexibilização da jornada de trabalho de motoristas, ampliando de 9 para 11 horas o tempo de direção diária.  

Apesar de ampliar o tempo para a realização de entregas, a medida não é bem vista pela indústria e pelos próprios transportadores, em virtude de elevar os riscos de acidentes. Em contrapartida, o setor defende a flexibilização das regras para ingresso de motoristas estrangeiros, através de vistos temporários de trabalho.

Já para a Road Haulage Association, a atração de novos profissionais só será possível a partir da combinação de uma série de medidas de curto e longo prazo, como, melhorias no tratamento de caminhoneiros nos locais de carga e descarga, investimentos em formação de novos motoristas, criação de programas de estágio para jovens motoristas e ampliação do número de testes de direção para formação de motoristas profissionais, além da maior valorização dos profissionais através de melhores salários e benefícios, entre outras iniciativas.

Nesta sexta-feira (24) o governo britânico prometeu fazer o necessário para sanar a crescente falta de motoristas em todo o Reino Unido. Segundo o secretário dos Transportes, Grant Shapps, uma das medidas que estão sendo tomadas é a realização do dobro de exames de direção para a formação de motoristas profissionais. Questionado sobre a possibilidade da flexibilização das regras de imigração, para a contratação de caminhoneiros estrangeiros, o servidor público afirmou apenas que todas as opções estão sendo analisadas pelo governo.


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