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Treinamentos, apoio familiar e reconhecimento contínuo para atrair e fidelizar motoristas profissionais, estão entre as iniciativas que estão sendo adotadas pelas empresas
Realidade incontestável no transporte rodoviário de cargas brasileiro, a crescente falta de motoristas profissionais segue desafiando dia após dia as transportadoras e refletindo na economia nacional. Dados recentes da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), revelam que somente nos últimos 10 anos, o país perdeu 1,1 milhão de caminhoneiros. Além disso, apenas 4% dos atuais motoristas profissionais possuem menos de 30 anos.
A crescente escassez de mão de obra no transporte rodoviário de cargas, setor responsável por por movimentar mais de 65% de tudo aquilo que é produzido no país, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), é justificada pelas condições desafiadoras de trabalho nas estradas brasileiras, com infraestrutura precária, longas jornadas, insegurança e riscos de acidentes e roubos, além do envelhecimento da atual força de trabalho. Todos estes fatores tem acendido um alerta nas transportadoras do país.
Para Gislaine Zorzin, diretora administrativa e de novos negócios da Zorzin Logística e diretora institucional da Associação Brasileira de Transportes e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), a retenção de motoristas está ligada diretamente às oportunidades e aos cuidados que a empresa promove para valorizar de fato os profissionais e fomentar a confiança entre empresa e colaborador.
“A valorização do motorista deve ser um dos pilares centrais de qualquer empresa do setor. Para isso, pensamos em ações que realmente promovam a diferença para esses profissionais, que vão desde a oferta de oportunidades e treinamentos internos contínuos até iniciativas voltadas ao bem-estar, onde buscamos manter uma comunicação aberta e transparente tanto com os motoristas quanto com seus familiares, inclusive promovendo encontros periódicos para fortalecer esse vínculo que é muito importante”, afirma a diretora.
Para as empresas se manterem estáveis diante desse desafio, oferecer um diferencial atrativo para o mercado se mostra parte essencial para ampliar sua competitividade e conquistar novos perfis profissionais e a retenção do seu quadro de colaboradores.
“Nós cultivamos, de fato, uma cultura de pertencimento na Zorzin. Estamos constantemente pensando e desenvolvendo ações voltadas ao bem-estar dos motoristas, porque reconhecemos que a profissão exige um esforço físico e mental significativo. Apoiamos ativamente as mulheres que sonham em ingressar na profissão, por meio de incentivos e apoio a projetos que fomentem a presença feminina no setor. Além disso, quando um colaborador demonstra interesse em ampliar sua qualificação, como acrescentar uma nova categoria à habilitação, buscamos viabilizar esse desenvolvimento”, destaca Gislaine Zorzin.
O enfrentamento desse desafio precisa acontecer de forma coletiva, unindo esforços para fortalecer a pauta da profissão. Isso inclui a promoção de programas de formação, qualificação e iniciativas que valorizem o motorista junto à sociedade. Ao mesmo tempo, o papel das empresas é indispensável: oferecer condições dignas de trabalho, remuneração justa e um ambiente que estimule o desenvolvimento contínuo.
“A escassez de motoristas é um desafio de todos nós do setor. As entidades já trabalham ativamente para intensificar essa pauta, além de atuar na valorização da profissão junto à sociedade. Já as empresas devem oferecer melhores condições de trabalho, remuneração justa e um ambiente que promova dignidade e desenvolvimento. Somente com um esforço conjunto conseguiremos tornar o setor mais atrativo, especialmente para as novas gerações”, finaliza a executiva.