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Reino Unido registra falta de 100.000 motoristas

Volvo/Divulgação

Desinteresse dos mais jovens combinado com os impactos da pandemia e com o BREXIT, agravaram a crescente falta de caminhoneiros

Não há dúvidas de que a crescente falta de caminhoneiros tem se tornado uma verdadeiro problema global. No Reino Unido, por exemplo, dados recentes da Road Haulage Association (RHA), revelam uma escassez de cerca de 100.000 profissionais.

Dentre os fatores que tem elevado de maneira significativa o déficit de motoristas, destaca-se, o envelhecimento dos atuais profissionais (idade média de 55 anos) e desinteresse dos mais jovens em exercer a profissão, além da pandemia de Covid-19 (Coronavírus), combinada com a saída da União Europeia (BREXIT).

“As principais razões para a escassez sempre estiveram centradas no fato de a força de trabalho estar envelhecendo”, disse Vikki Woodfine, chefe de transporte rodoviário e logística do grupo de serviços jurídicos e empresariais, DWF. "Não é uma função que pareça encorajar ou apelar para um número suficiente de funcionários mais jovens em potencial que entram no mercado. Esse problema foi então exacerbado pelo Brexit."

Ainda segundo a RHA, para suprir a atual falta de motoristas, seriam necessários ao menos de 18 meses de treinamento intensivo de novos profissionais.

Os impactos da escassez de caminhoneiros já estão sendo refletidos na economia. Segundo reportagem recente da Rede BBC, transportadoras inglesas já alertam clientes sobre a impossibilidade de se garantir todas as coletas e entregas. Empresários que atuam no agronegócio, construção civil e varejo também relatam dificuldades para cumprir com prazos de entregas.


Medidas para atrair novos profissionais
Ciente deste cenário preocupante, o governo inglês vem buscando soluções para minimizar os impactos da escassez de motoristas. Até outubro deste ano, o governo anunciou a flexibilização da jornada de trabalho de motoristas, ampliando de 9 para 11 horas o tempo de direção diária.  

Apesar de ampliar o tempo para a realização de entregas, a medida não é bem vista pela indústria e pelos próprios transportadores, em virtude de elevar os riscos de acidentes. Em contrapartida, o setor defende a flexibilização das regras para ingresso de motoristas estrangeiros, através de vistos temporários de trabalho.

Já para a Road Haulage Association, a atração de novos profissionais só será possível a partir da combinação de uma série de medidas de curto e longo prazo, como, melhorias no tratamento de caminhoneiros nos locais de carga e descarga, investimentos em formação de novos motoristas, criação de programas de estágio para jovens motoristas e ampliação do número de testes de direção para formação de motoristas profissionais, além da maior valorização dos profissionais através de melhores salários e benefícios, entre outras iniciativas.


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