 |
| Gemini |
Decisão do governo Trump pode estar relacionada ao crescente número de acidentes envolvendo caminhoneiros estrangeiros; desde maio, caminhoneiros também precisam comprovar fluência em inglês
O sonho de se tornar caminhoneiro nos Estados Unidos pode ter ficado mais difícil e longe de realizado por profissionais estrangeiros. O Departamento de Estado do governo norte-americano suspendeu na última quinta-feira, 21 de agosto, a emissão de vistos trabalho para todos os caminhoneiros estrangeiros. A informação foi confirmada pelo próprio Secretário de Estado, Marco Rubio.
"Estamos suspendendo imediatamente todas as emissões de vistos de trabalho para motoristas de caminhões comerciais", declarou Rubio nas redes sociais. "O número crescente de motoristas estrangeiros operando grandes caminhões-trator nas estradas dos EUA está colocando vidas americanas em risco e prejudicando os meios de subsistência dos caminhoneiros americanos", completou.
A American Trucking Associations (ATA), entidade que representa os caminhoneiros norte-americanos, apoiou a decisão do Governo Trump. "A ATA apoia a suspensão de vistos de trabalho para motoristas comerciais e acredita que a emissão de CDLs para motoristas não domiciliados precisa de um controle rigoroso", declarou em nota oficial.
Segundo a entidade, é necessário "uma melhor contabilização de quantas CDLs (carteira de motorista profissional) para motoristas não domiciliados estão sendo emitidas". Em junho, a própria ATA já havia solicitado ao Secretário de Transportes dos EUA uma autoria nas licenças.
Apesar do Departamento não dar mais detalhes sobre os motivos que levaram a suspensão imediata da concessão de vistos de trabalho para caminhoneiros estrangeiros, rumores apontam para o fato estar relacionado ao crescente número de acidentes envolvendo caminhoneiros estrangeiros. Uma das ocorrências de grande repercussão foi registrada no último dia 12 de agosto na Flórida. Na ocasião, um caminhoneiro estrangeiro realizou uma conversão proibida com uma carreta e acabou acarretando um grave acidente, resultando na morte de três pessoas.
Em maio deste ano, o Governo dos Estados Unidos já havia começado a apertar o cerco contra caminhoneiros estrangeiros que atuam no país. Uma das medidas colocadas em prática foi a exigência de inglês fluente para os profissionais. Desde então, ações de fiscalização, inclusive com provas orais passaram a ser aplicadas em diversos pontos do país. Motoristas que não atendem aos requisitos estão sendo afastados imediatamente do exercício da função.
A medida também foi apoiada pela associação norte-americana de caminhoneiros. "A ATA há muito tempo apoia a rigorosa exigência de fluência em inglês, juntamente com uma estrutura regulatória mais ampla que mantém nossas estradas seguras e justas. Elogiamos o governo Trump por responsabilizar os estados e pedimos ações rápidas e consistentes para fechar essas brechas perigosas. A segurança nunca deve ser opcional."
