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Entidade afirma que pneus importados são mais caros para caminhoneiros

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Estudo promovido pela a ANIP, releva que a diferença está na quantidade de reformas que os pneus nacionais permitem, em relação aos importados

Com objetivo de reduzir os elevados custos que pesam diariamente sobre os caminhoneiros autônomos, o Governo Federal zerou no início deste ano os impostos de importação de pneus de carga. Entretanto, um recente, promovido pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), revelou que a medida não resolve o problema da categoria, e ao contrário do que se imaginava, a alternativa pode elevar os custos operacionais.


Segundo a ANIP, a desvantagem fica clara quando se compara a durabilidade e capacidade de reformas dos pneus nacionais em relação aos importados. Atualmente, os nacionais permitem duas reformas, em média. Já os importados, no máximo uma. “A médio e longo prazo, essa diferença pode representar um gasto até 53% maior para os profissionais que optarem pelos importados”, explica Klaus Curt Muller, presidente executivo da ANIP.


De acordo com o estudo, para rodar 300 mil Km, por exemplo, o caminhoneiro irá comprar um pneu nacional e poderá realizar duas reformas nele, até que, então, precise adquirir um novo produto. O investimento, neste caso, será de R$ 2.200,00 (valor do pneu novo), R$ 733,00 (primeira reforma), R$ 733,00 (segunda reforma) e, por fim, mais R$ 2.200,00 para a compra de um novo pneu. No final o caminhoneiro gasta uma média de R$ 5.866,00.

Já para rodar os mesmos 300 mil km com os importados, o estudo afirma que o caminhoneiro precisará comprar três pneus novos e reformar cada um deles apenas uma vez para rodar os 300 mil Km, sendo R$ 1.800,00 (de um pneu novo), R$ 600,00 (reforma 1), R$ 1.800,00 (segundo pneu novo), R$ 600,00 (reforma 2), R$ 1.800,00 (terceiro pneu novo), R$ 600,00 (reforma 3) e, finalmente, mais R$ 1.800,00 para o quarto pneu novo. Ao final dos 300 mil Km o caminhoneiro terá gasto R$ 9.000,00, que representa quase o dobro do que teria sido gasto com o pneu nacional.

ANIP/Divulgação




“Esta é uma clássica situação do barato que sai caro. O pneu importado, que a princípio tem um custo de mercado mais baixo do que o nacional, ao final de 300 mil Km acaba saindo bem mais caro para o caminhoneiro”, explica o executivo. Em alguns casos, os pneus importados não permitem sequer uma única reforma. “Aproximadamente 30% dos pneus importados não são passíveis de fazer qualquer reforma por terminarem a sua primeira vida com algum problema na carcaça, como separação de cintas, deformidade ou excesso de danos”, explica.

Curt Muller lembra ainda que a diferença é ainda maior quando se considera o número de pneus de um caminhão com carreta. “A diferença de R$ 3.100,00 a cada 300 mil Km do pneu importado em relação ao nacional gera um custo extra de cerca de R$ 56.000,00, quando multiplicamos o valor pelos 18 pneus do veículo”, finaliza.

Com informações: ANIP
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