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Governo Bolsonaro planeja "drogômetro" para flagrar motoristas sob efeito de drogas

Com o objetivo de combater a perigosa combinação de consumo de drogas e direção e reduzir o número de acidentes, o Governo Federal planeja submeter motoristas a teste do “drogômetro” em fiscalizações rotineiras de trânsito. A informação foi confirmada pelo atual chefe da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), Luiz Roberto Beggiora em entrevista ao GLOBO.

De acordo com Beggiora, é fundamental que haja uma ampliação da fiscalização de substâncias psicoativas entre os motoristas para reduzir os acidentes e mortes no trânsito. "Já temos bafômetros para álcool, mas para outras drogas não há equipamentos de detecção. Estamos fazendo estudos para viabilizar esse avanço" afirmou ao jornal. 

Estudos e testes realizados em parceria com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e órgãos locais de trânsito, confirmaram a funcionalidade e praticidade de quatro equipamentos que usam a saliva para fazer uma primeira detecção de até oito tipos de drogas de uma só vez, como por exemplo, anfetaminas, metanfetaminas, opiáceos, entre outras. Dos 164 motoristas que participaram de um projeto-piloto, 20,1% tiveram resultados positivos para pelo menos uma droga. 


Já a praticidade é confirmada pelo curto período de tempo de coleta e análise do material. De acordo com os dados do estudo, a coleta de fluido oral levou em média 2 minutos e 38 segundos, e a análise do material, 5 minutos e 47 segundos.

Paralelamente aos estudos de viabilidade para o uso de “drogômetros”, o Governo Bolsonaro também já avalia mudanças na legislação. Atualmente o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) traz como infração o ato de "dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência". Entretanto o SENAD avalia se é necessária uma regulamentação específica de órgãos como o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Apesar de não existir um prazo para a implantação dos dispositivos nem o impacto financeiro da medida, a proposta do governo Bolsonaro é apoiada pelo compromisso firmado pelo Brasil ao aderir à Década Mundial de Ações para Segurança Viária (2011-2020), da Organização das Nações Unidas (ONU), com meta de redução de até 50% de mortes nas estradas. 


TEXTO: Lucas Duarte
Com informações: GLOBO

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