Facchini

Um ano depois, BR-163, no Pará, continua na mesma precariedade

Em 2017 a equipe do JN mostrou as filas de caminhões parados na BR-163, no Pará, por causa da situação precária da rodovia. Um ano depois, o JN voltou lá para registrar que a situação ainda não mudou.
Em Itaituba, na Transamazônica, caminhoneiros impacientes nos dois sentidos da BR-163. E a fila enorme é só mais um desafio para quem ainda tem muito chão pela frente.
“Já estou na fila tem três horas e meia. É cansativo, deixa a gente um pouco nervoso. Se o governo quiser, ele consegue arrumar a estrada pra gente. Pra pelo menos diminuir o nosso sofrimento. Deveriam olhar mais um pouco pra nós porque a situação tá crítica”, diz o caminhoneiro.
O Exército está fazendo obras na serra para diminuir o risco de acidentes e restringiu a passagem de caminhões. Quando chove, para tudo.
“Nós estamos tentando buscar uma solução mais permanente, no sentindo que diminua essa aflição”, afirma Marcelo Linhares, do Exército.
A BR-163 é uma rota importante para o agronegócio, por onde escoa a produção de grãos do Centro-Oeste, especialmente a soja. Mas bem no meio do caminho termina o asfalto para começar uma longa estrada de chão. Muitos trechos da rodovia continuam bem ruins e a safra ainda coincide com o chamado inverno amazônico, quando chove bastante na região.
No Pará, quase cem quilômetros da rodovia que liga Cuiabá, em Mato Grosso, até os portos de Santarém e Miritituba continuam sem asfalto e acostamento. É lama, buraco. Não há pneu que aguente.
Onde a estrada foi pavimentada também já tem buracos. Aí, o tempo da viagem dobra.
“Dessa vez deu prejuízo. A gente trabalha com comissão. A comissão que se ganha em quatro dias, vai levar pra ganhar dez dias. Final do mês fica difícil”, conta o caminhoneiro Edilson Oliveira.
Em 2017, a rodovia foi interditada pelos atoleiros. Toneladas de grãos encalharam no lamaçal porque os caminhões não saiam do lugar. Nos últimos dias, a chuva deu uma trégua, mas a rodovia ainda exige sacrifício e paciência dos caminhoneiros. O alívio para quem chega aos portos vem acompanhado de um desabafo.
“A gente paga os impostos da gente tudo em dia, documentos tudo em dia, pra gente ter uma estrada decente. Agora toda safra, todo ano, é esse sofrimento. Não é justo”, lamenta o também caminhoneiro Antonio Luiz Cardoso.
O DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - disse que a meta de asfaltar 60 quilômetros da BR-163 não foi totalmente atingida por causa da antecipação do período de chuvas e de atrasos no fornecimento de matéria prima. A previsão agora é de que a pavimentação seja concluída em 2019.
FONTE: Jornal Nacional 
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