Facchini

VÍDEO: Policiais apelam para o ‘olhômetro’ para fiscalizar carga no Mato Grosso

No Brasil, uma das principais causas de defeitos nas estradas é o excesso de peso dos caminhões. Para fiscalizar esses abusos, existem as balanças. Mas e quando elas não funcionam?
Digamos que é no "olhômetro", mesmo. Na base da intuição dos policiais rodoviários. Aí, quando eles desconfiam, param os caminhões e começam a fazer contas para saber se os veículos estão ou não com a carga acima do peso.
"Nós vamos medir o caminhão, se ele tiver menos que 16.80 metros ele só pode carregar 45 toneladas. Peso total", disse Anestor Carvalho, da Polícia Rodoviária Federal.
O cálculo é feito com base no comprimento do caminhão e o peso do produto transportado que consta na nota fiscal.
"Ele tá com excesso de 3.180 quilos. Excesso de peso. Na verdade, esse caminhão tá com pouco excesso porque é comum a gente encontrar caminhão com 15, 20 toneladas de excesso", disse o policial.
Nesse caso, o motorista é multado e a carga extra tem de passar para outro veículo antes de seguir viagem.
O improviso na fiscalização é porque em Mato Grosso, o maior produtor de grãos do país, as duas únicas balanças instaladas pelo Denit estão desativadas - em pleno período de transporte da safra.
O vídeo mostra um dos pontos de pesagem dos caminhões em Mato Grosso. Por lá, deveriam passar os veículos carregados. Mas já tem até mato na balança, que não funciona. E a cabine, onde deveriam estar os fiscais, dá para ver que não funciona faz tempo.
A estrutura toda na balança da BR-070 está assim desde o ano passado. E a da outra, na BR-364, está do mesmo jeito.
"O excesso de peso deteriora brutalmente as condições do pavimento e ainda coloca em risco toda a segurança do tráfego", disse o diretor de operações da concessionária, Fábrio Abritta.
E coloca mesmo. As pistas maltratadas pelo excesso de peso ficam onduladas, trincadas, desgastadas. No primeiro semestre deste ano, houve mais de 2,2 mil tombamentos de caminhões em todo o país -  182 só em Mato Grosso.
Mas, mesmo sem balanças, essa "intuição" dos policiais até que tem funcionado bem. Nos seis primeiros meses de 2015, houve um aumento de 70% no número de autuações em comparação ao mesmo período do ano passado.
“Tem muito motorista que exagera às vezes com esse tipo de carga”, disse o caminhoneiro Leonir Santos.
O Dnit informou que as balanças foram desativadas por causa de uma ação do Ministério Público do Trabalho que impede que o serviço seja terceirizado. Ainda segundo o Dnit, existe uma licitação para mudar o sistema de controle das balanças no Brasil todo.
FONTE: G1
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