Facchini


MAN mostra seu lado brasileiro no IAA

“A MAN é a única empresa presente no IAA que mostra caminhões e ônibus produzidos no Brasil”, destacou Roberto Cortes, CEO da MAN Latin America, que como já é tradição desde 2006 sempre traz modelos pesados da Volkswagen ao IAA Nutzfahzeuge, salão de veículos comerciais que acontece esta semana em Hannover, Alemanha, reunindo fabricantes de todo o mundo. 
À parte do exotismo que chama a atenção dos passantes querendo entender o que faz ali um caminhão com o símbolo VW na dianteira, inexistente na Europa, a exposição revela um pouco da estratégia da MAN, que em 2009 comprou a operação brasileira de veículos comerciais pesados da Volkswagen e deu à divisão status independente para representar a empresa com certa autonomia em mercados emergentes. “É uma empresa com sede no Brasil, mas com grandes aspirações internacionais”, afirma Cortes. É por meio de seu braço latino-americado, com sede administrativa e fábrica no Brasil, que a fabricante alemã chega a todos os países da região, África e Oriente Médio, com linhas de montagem adicionais instaladas no México e na África do Sul. 
“Aprendemos muito com vocês a fazer o melhor caminhão possível para mercados emergentes”, diz Bernd Maierhofer, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da MAN Truck and Bus. Na prática, isso significa veículos com menor conteúdo tecnológico, com custo pensado na medida para o poder aquisitivo menor dos clientes nesses países. 
“No futuro talvez até possamos vender caminhões e ônibus Volkswagen em todo o mundo, mas não é o objetivo agora. Já temos um grande mercado a cobrir no Brasil. No momento vamos focar só no Hemisfério Sul a partir da operação da MAN Latin America”, explica Cortes. “A Índia, por exemplo, pode ser uma oportunidade. Poderíamos exportar para lá a partir de nossa base sul-africana. Mas tudo isso é analisado com tempo e responsabilidade para não prejudicar nosso negócio”, diz.
As exportações da MAN Latin America já representam 21% dos negócios, com 189 concessionárias fora do Brasil, mas a empresa também começa a exportar a partir do México, onde a Volkswagen começou a fazer caminhões há 10 anos. Este ano serão embarcados pouco mais de 50 micro-ônibus para a Colômbia. No mercado mexicano sozinho as vendas devem crescer 40% este ano, para cerca de 1,5 mil unidades. “Lançamos o (leve) Delivery lá e agora temos uma linha completa para crescer mais no país”, diz Cortes.

EXPOSIÇÃO
Este ano a MAN Latin America expõe na Alemanha dois caminhões Volkswagen: o cavalo mecânico Constellation 24.420 6x2 com motor de 420 cv da Cummins Brasil e o fora-de-estrada Constellation 24.280 8x2 com motor MAN D08, produzido no Brasil pela MWM, ambos com câmbio automatizado V-Tronic fornecido pela ZF. 
Também está no estande um Volksbus 18.280, como o mesmo motor D08, mas preparado para rodar com 100% de diesel de cana. O chassi recebeu carroceria urbana da Marcopolo, a Viale BRS, feira para rodar em corredores de ônibus. “O nosso ônibus aqui comprova que combustível limpo já é uma realidade no Brasil”, disse Cortes a cerca de 300 jornalistas de todo o mundo durante sua apresentação no IAA. 
A MAN foi a primeira fabricante de veículos comerciais pesados a homologar seu motor para rodar com 100% de diesel de cana, mas o propulsor também funciona com diesel mineral. O problema do biocombustível fornecido pela Amyris é o preço: custa R$ 7 o litro, o que torna inviável seu uso sem incentivos.
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