Facchini

BNDES avalia dois novos financiamentos

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) garantiu que avaliará as sugestões do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC para a criação de linhas de crédito que contribuirão diretamente com a melhoria da economia e do mercado de trabalho da região, garantiu o presidente da entidade e também da agência, Rafael Marques.
Segundo o sindicalista, que se encontrou ontem com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na sede do banco de fomento, no Rio de Janeiro, também foi negociada a possibilidade de liberação de financiamento de R$ 5 milhões, ou parte do valor, para o investimento em equipamentos para o centro de desenvolvimento do Nais (Núcleo Avançado de Inovação Setorial) em ferramentaria do Grande ABC, que será ativado no Instituto Mauá de Tecnologia.
O Nais/ferramentaria é uma parceria entre a agência, o APL (Arranjo Produtivo Local) ferramentaria do Grande ABC, o Instituto Mauá e a UFABC (Universidade Federal do Grande ABC). Tem como objetivo ser um centro de desenvolvimento tecnológico do segmento, que prestará serviços para as empresas, contribuindo, desta maneira, para a melhor adequação das companhias às novas demandas de empresas multinacionais, principalmente as montadoras.

LINHAS 
Marques explicou que a produção de caminhões do Grande ABC representa quase 50% do setor no País. E sugeriu que o BNDES desenvolvesse uma linha de crédito para a compra desse tipo de veículo seminovo. Esta seria uma maneira de fazer o dinheiro girar na mão do caminhoneiro, principalmente aquele que tem frotas pequenas, e ampliar a demanda por novos caminhões das montadoras. “Hoje, o PSI/Finame (do BNDES) atende muito bem na hora da compra de novos. Mas é necessário também para seminovos”, disse Marques.
No entanto, ponderou, é necessário que o banco de fomento crie a linha para chamar a atenção de outras instituições financeiras, que serão os agentes financeiros que atenderão diretamente os caminhoneiros.
Indiretamente, a iniciativa tenta garantir a manutenção de empregos nas montadoras de caminhões, tendo em vista que esse tipo de mercado tem enfrentado dificuldades de vendas nos mercados interno e externo, principalmente pelas barreiras comerciais impostas pela Argentina. O país vizinho, por exemplo, representa cerca de metade da demanda de exportação de caminhões de São Bernardo, onde estão localizadas as montadoras deste tipo de veículo na região.
A segunda linha de crédito sugerida ao BNDES, revelou Marques, tem como objetivo o saneamento tributário das empresas de ferramentaria que estão associadas ao APL, que não se limitam mais a aquelas instaladas no Grande ABC.
“São necessários, aproximadamente, R$ 100 milhões para dar conta desta demanda”, estimou Marques. Esta seria uma das soluções para que as pequenas e médias companhias também ingressem no grupo de contratantes de outras modalidades de financiamento do banco de fomento, já que essas operações impõem algumas restrições referentes à débitos tributários.
“Vamos tentar novas reuniões com o BNDES na próxima semana para tratar sobre a linha para as empresas de ferramentaria e também sobre os recursos para o centro de desenvolvimento”, garantiu Marques.
NOTÍCIA ANTERIOR PRÓXIMA NOTÍCIA