DAF Caminhões
Facchini

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Paranaguá suspende senha para caminhões

Para evitar o aumento da fila de caminhões na BR-277, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) suspendeu ontem a emissão de senhas do Carga On-Line, sistema que gerencia o fluxo de veículos até o porto. O programa estabelece cotas diárias de recebimento de caminhões de acordo com o espaço livre para armazenagem dos grãos. Os caminhões só deixam a origem em direção ao litoral quando já têm uma senha determinando o local e a data do desembarque. 
De acordo com o superintendente do porto, Airton Maron, a medida tem caráter emergencial e deve ser mantida até que haja a regularização dos embarques. “Assim que a chuva parar voltaremos a liberar as senhas. Isso deve durar um dia”, prevê o executivo. Por outro lado, quem acompanha de perto os embarques no porto paranaense não acredita em uma solução tão rápida para o problema. “Nenhuma safra é igual a outra. Sempre tivemos fila no porto e esse gargalo não é tão simples de resolver quanto parece”, analisa Maurício Silva Xavier, sócio da Gransol, operadora portuária que movimenta 1,5 milhão de toneladas de grãos anualmente.

O superintendente do porto revela que o último navio a deixar a Baía de Paranaguá levou seis dias para ser carregado, quase cinco dias a mais que o considerado padrão. Mas, segundo Xavier, o tempo de carregamento dos navios tem sido maior do que estima a administração do porto. “Vi dois navios levando dez dias entre atracação e saída. Esse processo deveria durar, no máximo, quatro dias”, descreve.

Em condições normais de clima, o porto paranaense embarca 100 mil toneladas de grãos por dia – carga equivalente a cerca de 3,3 mil caminhões. O volume atual, porém, tem sido de 20 mil toneladas por dia. A Appa atribui essa redução às constantes chuvas, que elevam o risco de apodrecimento caso a carga seja embarcada com umidade.
O atraso no carregamento dos produtos atrapalha não só a partida dos navios já atracados, mas também a chegada dos que aguardam autorização para atracar. De acordo com a Appa, ontem havia 16 navios ao largo aguardando autorização para serem carregados com soja, milho, trigo e farelo. Outros três estão em processo de carregamento no porto, com muita lentidão.
Consequência dessa situação, a quilométrica fila de caminhões persistia na tarde de ontem na BR-277, desta vez com 29 quilômetros de extensão. Além das chuvas, o superintendende do porto diz que o episódio está atrelado à concentração da colheita da safra brasileira de grãos. “Estamos colhendo com atraso uma safra muito grande e muito vendida. Tem muita soja para ser escoada ao mesmo tempo. Isso explica o tumulto nos principais portos do país”, diz o analista da Informa Economics FNP Aedeson Pereira. 
Segundo a consultoria, até o fim do mês passado 51,5% da produção brasileira da oleaginosa havia sido comercializada. Na mesma época do ano passado, esse índice era de 35%. “O line up dos portos está gigantesco. Haverá aglutinação em março porque o que não foi cumprido em fevereiro terá de ser escoado neste mês”, avalia Pereira.

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