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Sérgio Kirch/Via Brasil Br-163 |
Em Mato Grosso, queda no valor do frete chegou a 19% dependendo da rota; informação é confirmada pela nova edição do Boletim Logístico da Conab
Dados do mais recente Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que o fim da colheita da safra de soja já reflete no valor do frete nas principais rotas de escoamento do país. Pelo menos cinco estados brasileiros já registram queda nas cotações nas regiões onde a colheita da oleaginosa chegou ao fim.
Segundo a Conab, o estado com maior destaque na queda do valor do frete foi Mato Grosso. Em todas as rotas foram registradas quedas, variando de 5% a 19%. Os valores praticados no mercado de fretes também apresentaram queda em Goiás, Piauí, Maranhão e Paraná.
Na contramão deste cenário, foi observado um aumento generalizado dos preços no Distrito Federal, com destaque para as rotas destinadas a Araguari e Uberaba, em Minas Gerais. Mas a expectativa para os próximos meses é de relativa estabilidade nos preços, considerando a variação cambial, o comportamento do mercado de combustíveis e a menor demanda por transporte após o pico da colheita da soja.
Já o mercado de fretes rodoviários em Mato Grosso do Sul também manteve a tendência de preços elevados, em um movimento sazonal característico do período de pico da colheita das culturas de verão. O fluxo de transporte em março deste ano foi notadamente maior que o dos meses anteriores, com grande ênfase ao protagonismo da soja, que quase triplicou o volume transportado em março, em comparação a fevereiro.
Em Minas Gerais também houve alta no valor frete. No final de fevereiro e durante março houve grande movimentação de produtos, mais notadamente da soja, devido ao aumento da produção e aos bons preços das commodities. Em São Paulo, a colheita da oleaginosa continua exercendo influência de alta nas cotações de frete. No entanto, as elevações foram em patamares mais leves.
Perspectivas para os próximos meses
“No entanto, mesmo que a conjuntura momentânea seja de queda, existe a perspectiva de suporte aos preços de fretes rodoviários e aquecimento logístico em um futuro próximo, eventualmente até mesmo no primeiro semestre, antes do início da colheita de milho, o que deve manter os preços em um patamar elevado, ainda que inferior aos valores atingidos no epicentro da safra”, pondera o superintendente de Logística Operacional da Cona, Thomé Guth.
De acordo com a análise da Conab, a proximidade de uma grande safra de milho deverá movimentar, de forma significativa, a logística oferecendo um cenário que sustenta as cotações. Além disso, a disputa comercial entre Estados Unidos e China, pode direcionar parcela significativa da demanda internacional para a produção brasileira sendo mais um fator de influência de alta nos preços nos serviços de transporte de grãos.
Com informações: Conab