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Oscilações cambiais e juros altos desafiam a competitividade no Transporte Rodoviário de Cargas

Frota de caminhões Volvo FH vermelhos
Gemini

Cenário exige mais eficiência financeira e tecnológica das transportadoras brasileiras

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A instabilidade econômica global, marcada por altas taxas de juros e flutuações no câmbio, tem exigido cada vez mais preparo e resiliência das empresas brasileiras de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC). Com a Selic ainda elevada — atualmente em 14,25% —, e o dólar oscilando fortemente frente ao real, o setor enfrenta uma combinação de desafios que impactam desde o custo operacional até a capacidade de expansão e investimentos das transportadoras.


Segundo Danilo Guedes, CEO da ABC Cargas, o aumento da Selic tem efeito direto sobre o custo do capital, afetando especialmente o financiamento de veículos, a renovação de frota, o capital de giro e os projetos de crescimento. “Muitas transportadoras, sobretudo as de médio porte, passaram a postergar investimentos, o que, no médio prazo, pode comprometer a produtividade do setor. Além disso, com juros elevados, a inadimplência nas cadeias logísticas tende a aumentar, pressionando o caixa das empresas”, avalia.


A volatilidade cambial também contribui para o aumento da complexidade na gestão. Recentemente, com o início do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a cotação do dólar subiu após um período de quedas. Com essas variações significativas desde o último ano, para o TRC, isso se traduz em custos operacionais mais altos, já que muitos insumos essenciais — como pneus, peças, lubrificantes e até alguns modelos de veículos — são importados e atrelados à moeda norte-americana.
 
No caso da ABC Cargas, parte relevante do nosso faturamento vem de operações de exportação e importação, o que nos coloca ainda mais expostos às oscilações cambiais. Em momentos de desvalorização do real, observamos um aumento na demanda por transporte para exportação, mas, por outro lado, há pressão sobre custos e necessidade de rediscutir contratos indexados. Isso exige uma gestão muito ativa, tanto financeira quanto operacional, para equilibrar rentabilidade e competitividade no cenário internacional”, explica Danilo.


Para enfrentar esse cenário adverso, a ABC Cargas tem adotado uma estratégia baseada em gestão rigorosa, inovação tecnológica e proteção financeira. “Reduzimos nossa dependência de capital de terceiros, intensificamos o uso de dados para tomada de decisão e reestruturamos contratos com foco em previsibilidade e repasse de custos quando possível. Também ampliamos o uso de tecnologias embarcadas para otimizar rotas, reduzir consumo e monitorar a operação em tempo real. Na frente cambial, blindamos parte da operação internacional com contratos em moeda local, sempre que possível, e buscamos soluções de hedge com nossos parceiros financeiros”, afirma o CEO.

Danilo acredita que, além da gestão interna, o Brasil precisa se posicionar estrategicamente diante das mudanças nas cadeias globais de suprimento. A regionalização das cadeias, impulsionada por fatores geopolíticos e pela busca por segurança logística, tem aproximado países da América do Sul e abre espaço para o Brasil atuar como hub logístico regional.

Ao mesmo tempo, há uma tendência crescente de exigências ambientais, sociais e de compliance nas cadeias globais — o que pressiona o TRC a se modernizar e investir em ESG. A instabilidade cambial também reforça a necessidade de acordos bilaterais mais sólidos e integração com plataformas internacionais que garantam competitividade ao transporte brasileiro”, conclui.

FONTE: Divulgação

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