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Transporte de mega turbina exige aparato especial e tecnologia inédita

Agência PRF/Divulgação
A operação de transporte de uma mega turbina geradora de energia, de São Luís do Maranhão até o município de Santo Antonio dos Lopes/MA, está sendo um grande desafio para as equipes de logística, que trabalham na operação. A equipagem envolve engenheiros, técnicos, policiais rodoviários federais, dentre outros profissionais. Nos três primeiros dias os deslocamentos ocorreram no período diurno, e desde então, o transporte vem sendo realizado durante a noite, das 23h às 05h da manhã do dia seguinte. Esta foi a maneira encontrada que menos impacta o deslocamento dos usuários da BR-135.

A turbina e o transporte até o Maranhão
A turbina produzirá energia a partir do uso de gás natural, produto combustível encontrado fartamente no estado. O equipamento, que pesa mais de 360 toneladas, foi produzido nos EUA e chegou ao Maranhão embarcado no navio BBC Echo. O embarque aconteceu no Porto de Albany, no dia 13 de outubro e chegou no Porto do Itaqui, em São Luís, no dia 23 de outubro. Desde então os responsáveis pelo transporte se mobilizam para definir com a PRF e outras autoridades a logística de deslocamento pela BR-135.

O percurso até Santo Antonio dos Lopes
A parte mais difícil de transporte da turbina geradora de energia provavelmente não foi dos Estados Unidos ao Brasil. No Maranhão, a BR-135 é a única ligação terrestre entre a Ilha de São Luís e o continente. Somem-se outros desafios: a rodovia só é duplicada nos primeiros 50 quilômetros; a soma do peso da turbina, mais o conjunto que a transporta é superior a seiscentas e cinquenta toneladas e a maioria das pontes de concreto não suportam tanto peso.

A logística
A combinação possui 106 metros de comprimento, excedendo em muito os limites regulamentares de tamanho, largura, altura e, especialmente, de peso, cuja distribuição foi para dezenas de eixos e cerca de 340 pneus. Todo percurso é realizado com o batedores da Polícia Rodoviária Federal, que garante a segurança, a passagem do comboio e realiza a abertura e o fechamento da via quando necessário.

Vários são os profissionais das diferentes áreas envolvidas na operação. São engenheiros, técnicos, operadores, condutores e vários outros empregados na logística para que tudo ocorra conforme o programado.


A partida
A operação de transporte da turbina começou na manhã do dia 27 de novembro, quando saiu do Porto do Itaqui em São Luís, se deslocou pelo acesso da BR-135, passando pela Vila Maranhão até chegar em Pedrinhas por volta do meio dia. Logo em seguida, às 13h30, deixou a Unidade Operacional da PRF e partiu em direção ao Estreito dos Mosquitos.

*Dezenas de pontes de concreto no percurso*

Levar a imensa carga até o destino requer a transposição de dezenas de pequenas pontes estreitas, de concreto, existentes no percurso até Santo Antonio dos Lopes.

O primeiro desafio foi passar na ponte sobre o Estreito dos Mosquitos, ou ponte da Estiva, que dá acesso ao continente. O local foi fechado para outros veículos e a combinação passou lentamente. Segundo engenheiros observadores, o peso provocou o recuo da ponte em cerca de 30cm. Após a passagem o trânsito continuou restrito por cerca de cinco minutos enquanto aguardava a ponte voltar à altura original. A oscilação da ponte é um fato normal previsto quando do projeto e construção da mesma.

No primeiro dia, viajando em uma velocidade média de 7km/h, o comboio estacionou no km 47, povoado Peris de Cima. No dia seguinte passou pela via lateral ao viaduto de Bacabeira/MA. Desde então o deslocamento diário foi sendo drasticamente reduzido devido às dezenas de pontes existentes no caminho.

Tecnologia inédita no mundo
Na complexa operação, a empresa responsável utilizou uma tecnologia apresentada como inédita no mundo, chamada pelo supervisor de transporte como *sobreponte metálica modular*. O equipamento é uma ponte metálica instalada sobre as pontes de concreto para evitar que as mesmas sejam danificadas. Cada operação de montagem e desmontagem da sobreponte metálica modular demora cerca de cinco ou seis horas.

A título de exemplo, as sobrepontes aplicadas na Europa são formadas por partes de metal e complementadas com peças de madeira. Elas são transportadas totalmente desmontadas, o que demora mais tempo para a realização da operação. A sobreponte utilizada na BR-135, por outro lado, é uma peça completa, dobrável, que leva menos tempo para manusea-la. Outra vantagem é que a sobreponte metálica modular não se apoia na ponte de concreto, o que protege esta de desgaste.

Não fosse o ganho tecnológico a operação até o destino duraria mais tempo.

Deslocamento noturno
Desde o dia 30 de novembro o deslocamento da turbina passou a ser realizado em período noturno, das 23h às 5h da manhã.

O deslocamento iniciado às 23h desta terça-feira, dia 1⁰ de dezembro, seguiu do km 84 até o km 85 no Pátio da UOP da PRF de São Francisco, um percurso de apenas 01 km.

Os deslocamentos ficaram mais curtos devido a grande quantidade de pontes. A transposição de cada uma demora entre cinco e seis horas.

A previsão de chegada a Santo Antonio dos Lopes é dia 11 de dezembro.


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