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Bloqueio de caminhoneiros iniciado em MT deve se expandir pelo país e provocar falta de combustível

O manifesto dos caminhoneiros e empresários do setor do transporte graneleiro por uma melhor remuneração do frete chegou às regiões Médio-Norte e Norte de Mato Grosso e há perspectiva de que o movimento ganhe as estradas de outros Estados, como Minas Gerais, São Paulo e a região Sul do país nesta terça-feira, 17 de janeiro. Os novos bloqueios poderão ter, inclusive, a adesão dos caminhões tanques, o que deverá prejudicar o abastecimento de combustível nos postos e nas propriedades rurais.
Segundo a Concessionária Rota do Oeste, por volta das 14h15 caminhoneiros e empresários do setor do transporte de cargas interromperam o trânsito de caminhões graneleiros em Nova Mutum no Km 593, na faixa sentido região Sul de Mato Grosso. Ainda no município houve por volta das 16h20 o fechamento do Km 601  nos dois sentidos da pista. No bloqueio estão autorizados passar ambulâncias, ônibus, veículos de passeio, carga perecível e caminhão-tanque.
Na região de Matupá, conforme os manifestantes, a dois pontos de bloqueio na BR-163 no Portal do Amazonas. Um dos bloqueios ocorre entre Matupá e Peixoto de Azevedo, próximo ao Posto Trevão. Já o outro entre Matupá e Guarantã do Norte, nas proximidades da Amaggi. 
O manifesto dos caminhoneiros teve início em Rondonópolis na sexta-feira, 13 de janeiro. O movimento realizado por caminhoneiros autônomos, empregados e empresários do transporte de cargas a granel é em prol de uma melhor remuneração para o frete. 
Hoje, a tonelada da soja entre Sorriso e Rondonópolis sai a cerca de R$ 80, por exemplo, enquanto de Sorriso para Paranaguá (PR) a aproximadamente R$ 200. Conforme o setor, tal valor pago não cobre os custos de operação, onde cerca de 50% dos gastos é apenas com combustível.
O movimento visa chamar a atenção das tradings para uma conversa e assim chegar-se a um valor que atenda a categoria, enquanto o projeto de lei 528/2015 não é aprovado e sancionado. De acordo com os caminhoneiros e empresários, há rumores de conversas entre a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), tradings e o governo federal.
A reportagem do Agro Olhar entrou em contato novamente com a Abiove na tarde desta segunda-feira, 16 de janeiro. A entidade, por meio de sua assessoria de imprensa, declarou que "não irá se manifestar" sobre possíveis negociações com o setor do transporte, bem como prejuízos, uma vez que contratos de exportação, inclusive, estão deixando de ser cumpridos já que os caminhões não estão chegando aos portos.
Conforme o empresário e representante do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), Gilson Baitaca, mais pontos de bloqueios com manifestos devem surgir no Brasil a partir desta terça-feira, 17 de janeiro. A perspectiva é que o movimento ganhe a adesão de outros segmentos do setor do transporte de cargas, como é o caso dos tanqueiros. Caso haja paralisação por parte dos caminhões tanques o abastecimento de combustível poderá ser afetado nos postos, bem como nas propriedades rurais vindo a atrasar a colheita da soja e o plantio do milho e do algodão.
Ainda conforme Baitaca, em Rondonópolis a pauta é o aumento do frete.
FONTE: Olhar Direto 
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