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Mercado de trabalho apertado gera falta de caminhoneiros nos EUA

Ganhar um bônus de contratação é frequentemente associado a jovens atletas de primeira linha. Mas obter uma vaga para dirigir um caminhão-tanque nos EUA pode render um bônus de contratação de até US$ 5.000 -- além de outros relativos a recrutamento, retenção e segurança.
Essas são as táticas que Randy Strutz, presidente da Quality Carriers, em Tampa, Flórida, está utilizando para preencher vagas em um momento em que o nível de desemprego nos EUA está perto do mais baixo desde antes da última recessão. Essa situação está surgindo em vários setores nos EUA porque aumenta a pressão para que as empresas ofereçam salários e incentivos melhores para atrair trabalhadores.
"Conseguir motoristas bons e qualificados têm sido um desafio", disse Strutz, que supervisa cerca de 2.500 caminhoneiros na empresa que pertence à firma de private equity Apax Partners. "Provavelmente teremos que gastar mais dinheiro para encontrar candidatos."
Até que ponto um mercado de trabalho apertado dá impulso ao crescimento dos salários é um fator crucial para a presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, e seus colegas para definir quando será realizado o primeiro aumento dos juros desde dezembro. No mês passado, o banco central se absteve de aumentar -- decisão que contou com três dissidentes hawkish pela primeira vez em cinco anos -- e Yellen disse que os números do emprego sugerem que a economia "tem um pouco mais de espaço para avançar do que se imaginava".
Relatório de emprego
Um maior crescimento salarial confirmaria essa hipótese. Projeta-se que o relatório mensal sobre emprego, que será publicado amanhã, vai mostrar que a média de ganhos por hora cresceu 0,3 por cento em setembro em relação ao mês anterior, com base na mediana de estimativas dos economistas. Esse avanço equivaleria aos de abril e julho como os maiores desde janeiro, contra um ganho de 0,1 por cento em agosto. Com relação ao ano anterior, os salários do conjunto de trabalhadores provavelmente aumentaram 2,6 por cento, ainda abaixo da média de 3 por cento antes da recessão.
Projeta-se que o Departamento de Trabalho dos EUA informará que os empregadores criaram 172.000 empregos no mês passado, mais do que em agosto, e que a taxa de desemprego continuou em 4,9 por cento, perto do piso desde 2007. Esse crescimento do emprego, acompanhado pela aceleração dos salários, ajudaria a dar um impulso ainda maior ao gasto em consumo e facilitariam a alta da inflação, o que daria a Yellen e seus colegas a confiança para aumentar os juros.
"Eles querem ver que os salários se fortaleceram antes de elevar os juros", disse Neil Dutta, chefe de economia dos EUA na Renaissance Macro Research em Nova York.
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