Facchini

Cai número de pedidos de renovação de carteira de motorista de caminhão

Departamentos de trânsito de pelo menos quatro estados brasileiros registraram uma diminuição nos pedidos de renovação de carteiras de motorista de veículos pesados. O sindicato dos caminhoneiros nega que isso tenha relação com a exigência de exames toxicológicos, que entrou em vigor há sete meses.
Parece um exame comum no laboratório. Mas eis que de repente, no lugar da seringa surge o barbeador.
É o procedimento que detecta o uso de drogas com a análise dos cabelos ou pelos do corpo. A novidade causou surpresa na estrada, mas aos poucos o pessoal foi se acostumando.
Os números também causam surpresa. Em alguns estados, a renovação das carteiras para veículos pesados despencou. E, ao mesmo tempo, aumentaram muito os pedidos para rebaixar a habilitação para a letra B, que só permite dirigir carros comuns.
No Rio de Janeiro, de março a agosto de 2015, o Detran recebeu 119 pedidos de rebaixamento da habilitação.  Em 2016, foram mais de 22 mil pedidos.  
No Paraná, o número de carteiras C, D, e E não renovadas quase triplicou. Em Minas, a emissão de carteiras caiu 35%
Em São Paulo, o exame só passou a ser obrigatório em julho.  O número de carteiras para veículos pesados caiu bruscamente desde então.
Para os defensores do exame, essa fuga das renovações é a prova de que muitos motoristas que usam drogas regularmente estão evitando o teste do cabelo. 
Já os caminhoneiros dizem que um dos problemas é o preço do exame: no mínimo R$ 295, que atualmente pesam ainda mais.
“É exatamente a crise econômica por que passa o país. E você sabe que o transporte de cargas é o espelho da economia nacional”, disse Nélio Botelho, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros - RJ.
Olhando as imagens pode até não parecer, mas o movimento de caminhões nas estradas diminuiu. De março a agosto a queda foi de 6%.
Já os acidentes com caminhões caíram numa proporção bem maior: 38% de março a junho de 2016, em relação ao mesmo período de 2015.
De cada cem veículos que trafegam pelo país, só quatro são de grande porte: caminhões, ônibus ou carretas. Mas esses gigantes do asfalto são responsáveis por mais da metade das mortes em acidentes. 
Especialistas querem ampliar a obrigatoriedade do teste para todos os motoristas e assim tornar impossível dirigir sem usar o barbeador.
“Sem dúvida nenhuma é o futuro, é o controle para todos os condutores, até porque ninguém pode conduzir veículos e ser usuário de substância psicotrópicas”, diz Rodolfo Risotto, esp. segurança no trânsito.
FONTE: Jornal Nacional 
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