Facchini

Comendo poeira ou amassando barro

Entra ano, sai ano e o caminhoneiro continua sendo tratado no Brasil como cidadão de segunda classe. Em seus 30 anos de estrada, a Carga Pesada acompanhou e denunciou as péssima condições de trabalho da categoria. Em fevereiro de 2013, a revista foi até Alto Araguaia, em Mato Grosso, ver de perto o funcionamento do terminal de transbordo de grãos da América Latina Logística (ALL). Ali, durante muitos anos, os motoristas comeram poeira, atolaram na lama, tiveram de esperar dias para descarregar, sem nenhum conforto. O vídeo abaixo mostra a revolta do pessoal naquela época.
A concessionária da ferrovia prometeu melhorar a infraestrutura para atendimento dos profissionais no ano seguinte, no novo e moderno terminal que inauguraria em Rondonópolis, para onde a maior parte do transbordo migraria. Prometeu, mas não cumpriu. As fotos desta reportagem são de lá e foram tiradas no início deste mês pelos próprios caminhoneiros e encaminhadas à Carga Pesada.
A reportagem procurou a ALL dia 14 de dezembro e perguntou se não tomará providências para resolver os problemas. A assessoria da empresa respondeu que o pátio, mostrado nas fotos, fica localizado na parte externa do terminal, e que é “pavimentado com brita, tendo pontos específicos que sofrem acúmulo de água, comum neste período chuvoso”. Disse também que a área recebe somente os caminhões que não estão “com o agendamento para o dia”. “Todos os caminhões agendados ficam dentro do pátio interno, pavimentado com asfalto”, diz a nota enviada pela concessionária.
Infelizmente não é apenas nos terminais da ALL que os caminhoneiros são recebidos com descaso. Dias desses, a TV afiliada à Rede Globo em São Paulo mostrou que os motoristas são obrigados a dormir nos acostamentos do Rodoanel Sul. 
FONTE: Expresso MT 

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