Facchini

Presidente do Setcergs prevê entendimento entre caminhoneiros e governo

Depois das várias manifestações de caminhoneiros ocorridas no começo deste ano, o novo presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Afrânio Kieling, acredita que o governo federal e os agentes do setor chegarão a um consenso e não deverão acontecer mais mobilizações de grande porte nas rodovias, embora esteja prevista nova atividade da categoria nesta sexta-feira. Comissões governamentais têm mantido reuniões com representantes dos trabalhadores e dos transportadores para tratar tópicos como frete e a regulamentação da Lei dos Caminhoneiros.
Kieling, que assumiu oficialmente a presidência do Setcergs nesta quinta-feira, considera a pauta dos carreteiros como justa, principalmente no que diz respeito às críticas quanto ao elevado preço do óleo diesel. "Embora o modelo de paralisar o fluxo de veículos nas estradas não seja o mais sadio", aponta. Para Kieling, o ideal é a abertura do diálogo. Um dos temas de maior interesse do segmento atualmente é a regulamentação da Lei dos Caminhoneiros, que, entre outras iniciativas, prevê a obrigatoriedade do descanso dos motoristas.
Para que a teoria se torne a prática está prevista a criação de pontos de parada que, conforme declaração dada pelo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, estarão prontos em no máximo um ano. Kieling vê o prazo como curto, mas espera que o governo consiga atender ao cronograma. O presidente do Setcergs classifica a medida como positiva, entretanto teme que possa onerar ainda mais os pedágios das rodovias concedidas que instalarem as estruturas.
Sobre suas metas à frente do comando do sindicato, Kieling antecipa que a intenção é dar continuidade a projetos já iniciados da antiga gestão. No mandato anterior, o dirigente era vice-presidente Institucional da entidade, cargo que será ocupado agora pelo ex-presidente Sérgio Gonçalves Neto. O foco de Kieling também será realizar a aproximação com os sindicatos do Interior para fortalecer reivindicações como, por exemplo, segurança nas estradas, combate ao roubo de cargas, questões de infraestrutura, entre outras.
O presidente do Setcergs ressalta que também faz parte dos planos intensificar a parceria com a prefeitura de Porto Alegre para estudar a mobilidade urbana de cargas. "Sabemos que o grande público acha que o caminhão atrapalha, mas ele é necessário", argumenta. O dirigente adianta que o sindicato tem sugerido ao Executivo municipal que, quando for construído um empreendimento de maior porte, projete-se um espaço para a movimentação dos caminhões. De acordo com dados do Setcergs, no Estado, o modal rodoviário de cargas tem participação de 85,3% no transporte de bens, operando com uma frota de 267.583 veículos.
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