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Grupo JCA investe em ônibus rodoviários mais confortáveis

Sala VIP com café, televisão, internet wi-fi, espaço para leitura e ar-condicionado. Assentos que reclinam até 180 graus, separados em cabines individuais com direito a cobertor e travesseiro, DVD e tomadas para recarga de notebook, tablets ou celulares. Não se trata de um aeroporto, tampouco companhia aérea: é um ônibus da Viação Cometa que parte do Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo.
O Grupo JCA, dono da Cometa e ainda da 1001, Catarinense e Rápido Ribeirão Preto, investiu R$ 70 milhões para adquirir 73 ônibus topo de linha, dos quais 67 com a opção de primeira classe – que não deixa a desejar a nenhum cliente habitual de viagens aéreas.
Priorizar o serviço e o conforto do cliente – nova denominação adotada pela empresa para se referir ao passageiro – foi a solução encontrada para competir na realidade de mercado criada pelo novo regime de autorizações para operações linhas interestaduais, que dará lugar às antigas concessões e que, em breve, será regulamentado.
“A competitividade do mercado vai aumentar e a qualidade fará a diferença”, avaliou Fernando Guimarães, diretor executivo da Viação Cometa. “Não mediremos esforços para elevar nosso padrão de atendimento porque queremos ser referência no mercado.”
Montadas sobre chassis Scania K 440 8x2 e K 320 6x2, as carrocerias Marcopolo Paradiso 1800 Double Decker encomendadas pelo Grupo JCA oferecem mimos da primeira classe a até seis passageiros por viagem, enquanto no andar superior 44 assentos classe executiva trazem poltronas anatômicas, descanso de pernas, internet wi-fi e DVD.
Os preços das passagens não serão reajustados, garantiu Guimarães: “Cobramos em torno de 20% a mais na passagem para as classes mais altas. Manteremos a política de preços, pois nossa intenção é elevar o nível do serviço ofertado”.
Por enquanto os ônibus atenderão rotas em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e São José do Rio Preto. A empresa investe também nas salas VIPs – atualmente possui em oito rodoviárias e com planos de expansão.
O Grupo JCA é um dos maiores operadores de transporte rodoviário de passageiros no Brasil, com mais de 70 milhões de passageiros por ano. Faz também fretamento, opera na rota urbana de Macaé, RJ, e possui uma operação logística, a Metar. Segundo Guimarães o faturamento da companhia deverá crescer em torno de 5% este ano, para R$ 1,6 bilhão – metade da projeção inicial, que era de 10% de aumento.
O diretor executivo disse que o plano estratégico do Grupo prevê aquisição de 400 a 500 ônibus por ano, para alcançar a meta de operar com frota de idade média de três anos. “Porém para alcançar essa meta precisamos vender os ônibus antigos, algo que não encontramos facilidade. Por isso estamos com um projeto de desmontagem desses veículos, para comercialização e exportação das peças e materiais usados.”

Fornecedores 
Segundo Ciro Pastore, responsável por vendas de chassis rodoviários da Scania, o negócio fechado com a JCA foi um dos mais importantes para a empresa na última década. “Não fornecemos apenas os chassis, trabalhamos com a venda integrada dos serviços de pós-vendas. Nosso objetivo é oferecer a melhor rentabilidade aos clientes.”
Além dos 67 K 440 8x2 outros seis K 360 6x2 entraram no contrato. Os chassis trazem motor 13 litros, câmbio automatizado, sistema EBS, que auxilia eletronicamente a condução, e rodas em alumínio.
Os 67 ônibus Paradiso Double Decker encomendados pelo Grupo JCA representam ainda o maior pedido do modelo recebido pela Marcopolo. Eles possuem 4,10 metros de altura por 14 metros de comprimento. “A JCA é a maior frotista dessas carrocerias, com mais de 2 mil unidades”, disse André Oliveira, consultor de marketing.
Os executivos estão animados com a expectativa da regulamentação das novas regras da ANTT. Pastore, da Scania, projeta compra adicional de duas mil unidades por ano a partir de 2016. “Atualmente a média está em cinco mil unidades por ano no segmento rodoviário. Há demanda reprimida e esse novo regime certamente aumentará as encomendas.”
Oliveira, da Marcopolo, espera patamar adicional próximo ao projetado pelo executivo, “mas só a partir de 2016. No ano que vem acreditamos em crescimento moderado, pois as empresas ainda precisarão se reorganizar e se adaptar às novas regras”.
FONTE: AutoData 
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