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Você sabe como calcular o frete?

Um ponto crítico para qualquer empresa de transporte é a definição do valor do frete, que não deve ser feita ao acaso. Para se precificar o serviço, o transportador deve levar em conta –além das despesas fixas e variáveis, como gastos com combustível, manutenção e pedágios – três itens de grande importância: a informatização das questões de aspectos fiscais; a mobilidade urbana, levando em conta as limitações de abastecimento nos grandes centros; e a nova regulamentação da profissão de motorista, que ampliará os custos totais.
Tema de debate nesta quarta-feira, 27, durante a 1ª Transpo Amazônia – Feira e Congresso Internacional de Transporte e Logística, a composição do frete deve, para especialistas, considerar idade da frota, más condições das estradas, retenções fiscais e também os gastos com seguro das mercadorias. “Não dá para ignorar o processo de gerenciamento de risco. O seguro do embarcador não é uma garantia de que você terá mesmo uma carga protegida”, diz Jacinto Júnior, coordenador das Câmaras Técnicas da NTC&Logística.
Para ele, um dos grandes erros das companhias é não considerar alguns gastos simples que podem gerar grandes dívidas. De acordo com Lauro Valdívia, assessor técnico da NTC&Logística, as despesas devem ser detalhadas em uma tabela com a divisão de custos diretos – fixos e variáveis – e os indiretos, como despesas administrativas e gerenciamento de transportes. “Os cálculos devem abranger não apenas o mês, como pode ser dividido por dia e hora para repassar aos clientes”, pontua.
A consideração do cálculo do valor do frete é essencial, por exemplo, em Manaus, onde os custos de transporte são elevados pela falta de infraestrutura. Na capital amazonense, assim como em todo o Estado, prevalece a movimentação de carga pelos rios. “Uma carência muito grande que temos na região diz respeito à integração dos diversos atores que fazem parte da nossa cadeia produtiva. Isso contribuiu para a subutilização da infraestrutura já tão carente que possuímos”, lembra Jorge Campos, diretor de formação do Conselho Regional de Administração do Amazonas.
Segundo Augusto Rocha, coordenador da comissão de Logística da CIEAM/FIEAM e professor da Universidade Federal do Amazonas, o setor industrial tem grandes limitações que necessitam de resoluções urgentes. “Nos últimos anos, a importância da indústria de Manaus para o Brasil tem diminuído e, sem dúvidas, os gargalos da infraestrutura para o transporte são os grandes responsáveis por isso”, defende.
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