Facchini


Construção: vendas de caminhões vão estagnar em 2012

As dúvidas sobre os impactos da nova norma de emissões Proconve 7, equivalente à Euro 5, que ainda pairam sobre as decisões de clientes do segmento de caminhões será a principal causa do arrefecimento das vendas de caminhões em 2012, visão apresentada pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos de Manutenção (Sobratema), que reúne as principais empresas do setor de construção no País, responsável por 25% das vendas do segmento no ano passado, ao consumir 43,4 mil unidades, 27% a mais na comparação com o ano anterior. Assim como algumas montadoras, a entidade acredita em redução da demanda em até 10% com relação a 2011.
As primeiras projeções do setor para 2012 revelam vendas idênticas às do ano passado, o que significa crescimento zero, explica o consultor da Sobratema, Brian Nicholson. “Em 2011 tivemos um forte movimento de antecipação de compras e estamos torcendo para que neste ano alcancemos o mesmo nível, o que seria um resultado satisfatório diante deste cenário de transição.”
Já para máquinas de construção, batizada pelo setor de linha amarela, a entidade prevê aumento de 10% sobre 2011, para 32,6 mil unidades. 

CRESCIMENTO À VISTA
Apesar do cenário atual, a entidade aposta que o setor de construção será no médio prazo um dos principais propulsores da demanda de caminhões e máquinas de construção, que juntos devem somar 126 mil unidades em 2016, segundo projeções. Em dois anos, está previsto crescimento de pelo menos 50% com relação à demanda atual do setor. A justificativa está nos investimentos em obras e projeto de infraestrutura no País, que até 2016, devem chegar a R$ 1,3 trilhão, revela pesquisa exclusiva da entidade, que contempla 12,2 mil obras e projetos nos 26 Estados e o Distrito Federal, das quais 9,7 mil estão previstas para começar este ano.
O valor total inclui aportes públicos e privados nas áreas de transporte, energia, combustíveis e pré-sal, saneamento, turismo, comércio e manufatura, além da infraestrutura esportiva associada à Copa do Mundo e Olimpíadas. 
Entre os dez setores pesquisados, a maior parte dos recursos será direcionada para o segmento de combustíveis, com ênfase para os projetos nas áreas de óleo e gás. O valor levantado pela pesquisa indica que os 191 projetos em andamento nessas áreas entre 2012 e 2016 envolvem investimentos totais de R$ 592 bilhões. Trata-se do setor de atividade com o maior valor médio de obras e projetos, R$ 3,1 bilhões, devido ao alto custo unitário das refinarias, plataformas de petróleo e unidades flutuantes de produção. 
O setor de transporte demandará o segundo maior investimento, na ordem de R$ 293 bilhões em 811 obras e projetos, incluindo o trem-bala que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro. O setor de energia deve receber aporte de R$ 194 bilhões em quatro anos e se referem à construção. de grandes projetos hidrelétricos, como as usinas de Belo Monte, no Pará; e Santo Antônio e Jirau, em Rondônia. 
Os demais investimentos distribuídos pelas áreas de saneamento, habitação, indústria, hotelaria, shoppings e infraestrutura esportiva somam R$ 13,3 bilhões. 
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