Facchini

Perspectivas 2012 – Mercedes Benz


Mesmo com os louros da vitória pelos excelentes resultados dos últimos dois anos, com vários recordes quebrados, Jürgen Ziegler, presidente da filial brasileira da Mercedes-Benz, acredita que a fase mais difícil passou. “O duro é preparar o time para vencer, é mudar as cabeças, é criar as estratégias de jogo necessárias. A empresa é atualmente muito mais rápida, transparente, enxuta e flexível.”
A hora, agora, é a de polir a estrela, estruturar tudo para um futuro consistente, oferecendo produtos com a tecnologia e os preços adequados ao mercado. “2012 não repetirá o sucesso dos últimos anos, teremos queda de 15% na produção de caminhões, ficaremos na faixa das 145 mil a 150 mil unidades contra as 170 mil a 180 mil deste ano.”
Os motivos para a retração são simples: “Historicamente existe uma antecipação de compras no ano que antecede à mudança para padrões mais rígidos de emissões. E este movimento de pré-compra provocará queda nos primeiros meses de 2012, de alguns milhares de unidades. A tendência seria esta, mas o mercado brasileiro é sempre uma surpresa.”
Ziegler aproveitou a exigência do Euro 5 a partir de janeiro de 2012 para mudar completamente sua linha de produtos. “Foi a maior renovação que a Mercedes-Benz fez em toda sua história, com a reformulação de toda a linha de produtos e o lançamento de uma nova família de caminhões, a Atron.” A surpresa com o Atron, um bicudo, é que ele é o substituto natural da configuração que mais vende da marca alemã, o modelo semipesado L-1620. O mercado não esperava que fosse criada uma nova família, exclusiva para o Brasil, para atender à forte demanda pelo caminhão.
Preparou, também, o início de operação da nova fábrica de caminhões em Juiz de Fora, MG, para janeiro, o que permitirá maior folga produtiva para a marca da estrela. “Apesar dos índices iniciais de 30% de nacionalização e de 60% até o final de 2013 já atingiremos os 65% da média necessária pelas novas normas com os produtos feitos em São Bernardo do Campo, que ficam acima dos 90%.”
Nova tarefa. Portanto, para Ziegler, a parte difícil de seu projeto para o Brasil foi feita nos últimos dois anos. “Agora a tarefa é motivar a rede, integrar ao máximo as duas fábricas brasileiras e também a da argentina e aproveitar os novos produtos para um crescimento maior que o do mercado.”
Na área de chassis para ônibus a previsão de Jürgen Ziegler é também de decréscimo de vendas em 2012. O mercado total deve fechar com 27 mil unidades. Isto apesar da existência de eleições municipais que normalmente aquecem a renovação de frotas de transporte urbano.
Mas, se os números de produção e vendas no mercado interno não são muito animadores, os volumes de exportações serão extremamente interessantes este ano. “Algo como 5,2 mil caminhões e 9,5 mil ônibus, todos para o mercado latino-americano, com maior ênfase para Argentina, Chile e Peru. A evolução das exportações dependerá da combinação do custo Brasil e do desempenho do câmbio. No ano passado a empresa exportou 4,8 mil caminhões e 11 mil ônibus.
Com relação ao mercado interno, o desafio de voltar à liderança no mercado de caminhões e resistir ao ataque da MAN no segmento de ônibus é parte dos objetivos de Ziegler com os motores Euro 5. Com eles chegam uma nova família de chassis de ônibus e uma nova geração das vans Sprinter. Como um apaixonado por esportes sabe que a equipe está preparada, tem os melhores jogadores e agora é ver o desempenho do time em campo. “Não existe jogo fácil, mas nos preparamos para jogar bem. E vencer.”
Automóveis. Se existia uma enorme satisfação com a contínua evolução das vendas dos automóveis importados, a Mercedes-Benz teme agora pela desaceleração desse segmento. A empresa acredita que com o aumento do IPI a comercialização desses produtos deve cair, nos próximos seis meses, de 35% a 50%.
Para o acumulado de 2012, no entanto, prevê queda menor, em torno de 30%, e no ano seguinte, até pelo fim do decreto emergencial, os números voltam a crescer. A expectativa é fechar este ano com mais de 10 mil unidades importadas vendidas e a estimativa, até 2015, era a de dobrar este número.
Nos automóveis os desafios de Ziegler não terminam por ai. Agora ele também é o responsável pelos negócios da Freightliner e da Fuso, marcas do grupo Daimler, no mercado latino-americano. Volume de 8 mil a 10 mil unidades comercializadas por ano.
FONTE: Autodata
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