Facchini

Noma vai investir R$ 75 milhões em nova fábrica


Uma das poucas fabricantes de carrocerias de caminhão fundadas por descendentes de japoneses, em um mercado dominado no Brasil por famílias de origem europeia, a Noma está em fase final de escolha da cidade paulista em que construirá sua segunda unidade de produção, a primeira no estado.
Sediada em Maringá (PR), a companhia planeja desembolsar mais de R$ 75 milhões no projeto e, com ele, se cacifar para subir no ranking.
"Queremos estar entre os três maiores fabricantes de carrocerias de caminhão até 2015 ou 2016", diz Marcos Noma, presidente da companhia.
Hoje, estima estar em quarto, atrás de Randon, Guerra e Facchini. Em todo o país, são mais de cem competidores, a maior parte deles de pequeno e médio porte, com atuação regional, avalia Kimio Mori, diretor comercial.
Com a fábrica em São Paulo, a Noma pretende aproximar a produção das carrocerias dos principais fabricantes de caminhão do país e facilitar a vida dos clientes, que hoje viajam até o interior do Paraná para retirá-las. Garantirá também opções de fornecedores de peças e se colocará em posição semelhante a dos principais competidores, que já têm unidades de produção em São Paulo.
O local onde será construída a fábrica ainda não foi definido. Mas, segundo Marcos Noma, a companhia negocia opções em três cidades na região compreendida entre Piracicaba, Sorocaba e Campinas. A expectativa é de que tudo esteja certo neste ano, para que a construção comece no próximo. Nos planos da Noma, a fábrica sai em 2013.
Segundo Mori, os produtos que serão fabricados em São Paulo e os que continuarão a sair das linhas de montagem de Maringá dependerão de uma série de fatores, entre eles a logística.
Mas modelos com alta demanda em São Paulo, como as linhas sider, de carrocerias baú com acesso lateral, e furgão, de carrocerias baú, já estão praticamente confirmados. Uma tendência geral é de que a fábrica paulista seja usada predominantemente para a montagem dos produtos e a do Paraná para a produção de peças e conjuntos de peças, diz Mori.
Contando com outros R$ 30 milhões investidos na ampliação da estrutura fabril e na compra de máquinas para automatizar a produção de peças na matriz, os investimentos em andamento são o dobro dos realizados nos últimos cinco anos, afirma Marcos Noma.
Em termo de volume de produção, Mori afirma que os aportes serão suficientes para dobrar a capacidade de produção, hoje por volta de 650 pinos por trimestre (um pino é um módulo de carreta, carretas bitrem, muito usadas no agronegócio, contam com dois pinos).
Além da nova fábrica, outros dois pilares da estratégia de expansão da Noma são a ampliação da rede de assistência técnica e a entrada em novos nichos de mercado. Até 2006, a rede de distribuidores e assistência técnica da companhia estava concentrada nas regiões Sul e Sudeste. De 2006 para cá, foi estendida para o resto do país e hoje é formada por 47 distribuidores. O ideal, na avaliação da Noma, é ter 60. Mas não há um prazo para isso.
Em relação a produtos, Marcos Noma afirma que a companhia tem planos de voltar a produzir caminhões para a indústria de açúcar e etanol, no qual já atuou. Nos últimos dois ou três anos, colocou em banho-maria nos últimos, por dificuldade em atender a demanda.
A ideia, com a ampliação da capacidade de produção, é voltar a apostar neste segmento de mercado, que tende a crescer de forma mais consistente com a investida de gigantes do petróleo. Novos modelos de caminhões tanques também estão nos planos. A julgar pela expansão da frota de automóveis brasileira, parece uma aposta segura.
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