Facchini

Área de caminhões rumo à consolidação

As conversas da fabricante alemã MAN com a Scania e que poderiam levar à aquisição da primeira pelo grupo sueco, noticiadas nesta semana por jornais europeus, inserem-se em um movimento de consolidação que é tendência no setor automobilístico, segundo especialistas.
O analista de mercado para veículos pesados Fernando Galzerani, da consultoria CSM Worldwide, cita que a MAN já havia dado há dois anos mexida no tabuleiro do setor, com a aquisição da divisão de caminhões da Volkswagen AG, e a nova movimentação reforçaria a concentração nesse mercado.
Fundada há 250 anos e com participação expressiva (cerca de 10% de fatia) no segmento de veículos pesados na Europa, a empresa com sede em Munique passou a ter presença no mercado latino-americano. No Brasil, assumiu a liderança em vendas, com 29,8% de participação no mercado interno (37,5 mil unidades vendidas nos dez primeiros meses de 2010).
Agora, se as conversações chegarem a bom termo, a Scania teria um complemento de atividades, com a ampliação do leque de produtos, avalia o analista. 
O grupo sueco, cuja fábrica no Brasil fica em São Bernardo, deixaria de ser focado apenas em caminhões pesados - usados, por exemplo, em obras de infraestrutura, mineração, setor agrícola e no transporte de automóveis (os caminhões cegonha). A montadora lidera nessa categoria, com crescimento de 106% em vendas no mercado interno, de janeiro a outubro frente a igual período do ano passado.
Além disso, a companhia ficaria com uma das fábricas mais modernas do mundo. A planta de Resende, no Rio de Janeiro, nasceu dentro do conceito de consórcio modular, em que os próprios fornecedores estão dentro da linha de montagem e os funcionários da montadora se encarregam da inspeção final do veículo.


AÇÕES 
No caso de acordo da MAN com a Scania, a fusão poderia ser interessante não só para as duas montadoras, mas também para a Volkswagen AG, que detém participação acionária em ambas. 
Ainda segundo jornais europeus, a Volks teria intenção de vender seus 30% de capital na empresa sediada em Munique para a Scania em troca da ações adicionais na companhia sueca, ampliando dessa forma seu capital nessa última empresa, de 45,7% para 75% a 80%.

NOVA 
A competição no setor também está se acirrando no País, com o surgimento de novos concorrentes. É o caso da NC² do Brasil, empresa lançada no mês passado e que é resultado de joint-venture entre a Caterpillar e a Navistar International. Em menos de um mês após lançamento oficial, a NC² acaba de fechar sua primeira venda no País. A Rodolatina Logística e Transportes Ltda, com sede em Curitiba (PR), adquiriu 71 caminhões International.

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