Há uma guerra tecnológica em curso nas estradas brasileiras, uma batalha entre empresas de gerenciamento de riscos e seguradoras contra ladrões cada vez mais preparados tecnologicamente. Os rastreadores de carga, que evoluíram muito nos últimos anos, estão sendo desligados por equipamentos conhecidos por “jammers”, que qualquer um pode comprar por alguns poucos reais naquela famosa rua paulistana onde se compra equipamentos eletrônicos. Esses “jammers” impedem a comunicação entre o rastreador e o satélite e faz com que o caminhão e a carga desapareçam das telas dos rastreadores, aumento o risco de perdas com roubos ou acidentes:
“Não bastasse a eficácia crescente dos ladrões, que investem pesado em novas tecnologias, ainda enfrentamos o fato de que muitas empresas de transporte de carga cuidam mal de seu patrimônio. Quase metade dos rastreadores em operação hoje na frota brasileira de caminhões está obsoleta, o que aumenta os riscos do transporte, inclusive riscos relativos a acidentes”, assinala Carlos Vadalá, integrante da Câmara de Gerenciamento de Riscos do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo.
O Brasil contabiliza, anualmente, perdas de R$ 180 milhões com roubos de cargas, além de outros R$ 360 milhões com perdas decorrentes de acidentes envolvendo caminhões. Boa parte dessas perdas poderia ser evitada se os sistemas de monitoração estivessem atualizados:
“As questões relacionadas a roubo e perda de cargas em função de acidentes só podem ser solucionadas se todos os grupos envolvidos nessa atividade atuarem em conjunto, como empresas, transportadores, gerenciadores de risco e seguradoras. Nós sabemos que os ladrões agem de modo integrado, inclusive envolvendo empregados de empresas que instalam equipamentos de monitoração”, alerta Vadalá.
Entre os equipamentos usados pelos ladrões para desativar o monitoramento via satélite está o “jammer”, uma espécie de rádio que emite um sinal impedindo a comunicação entre o caminhão o as empresas que fazem o rastreamento da carga. Esse equipamento começa já a ser usado em larga escala e pode atingir, inclusive, empresas de monitoração de estabelecimentos, uma vez que parte dessa monitoração vem sendo feita por sinal de celular, que também é interceptado por esses equipamentos.
FONTE: PortoGente