Uma restrição ao trânsito de caminhões nas estradas argentinas durante as férias de inverno deverá provocar queda de 15% a 20% no faturamento das transportadoras brasileiras em julho, estima a Associação Brasileira de Transportadores Internacional (ABTI). Os caminhões, sejam argentinos ou estrangeiros, têm hora marcada para circular nas rodovias que dão acesso a Buenos Aires, polo receptor de mercadorias brasileiras no país – o que pode atrasar em um dia a entrega de produtos.
Segundo o Ministério do Interior, a medida visa a facilitar o fluxo de veículos de passeio ao redor da capital argentina. Ao mesmo tempo, é mais um entrave nas relações entre os dois países. Conforme o presidente da ABTI, José Carlos Becker, um dia a mais de espera já é suficiente para causar prejuízo às empresas.
A Argentina, destaca, é o país do Mercosul que mais demora para desenrolar trâmites burocráticos de cargas internacionais nas aduanas, por ter maior fluxo operacional. São cerca de quatro dias. Com as restrições, aplicadas em 28 estradas argentinas, a espera sobe para cinco dias. As 24 horas extras geram prejuízo de US$ 500 por caminhão, calcula Becker.
Ainda que as restrições não sejam diárias, mas, geralmente, a cada cinco dias, o reflexo é sentido pelas transportadoras. Diretor da International Star, empresa com sede em Uruguaiana e Buenos Aires, Fábio Ciocca destaca que a medida atrapalha não só a transportadora como a empresa importadora do produto.
– Muitas empresas não trabalham com estoque e dependem de nossas mercadorias para dar andamento a seus trabalhos. É prejuízo para ambos os lados – diz.