Facchini

Soja de Mato Grosso começa a brotar em atoleiros na BR-163 no Pará

Caminhões parados a cerca de 15 dias na BR-163 no Pará, entre as comunidades de Santa Luzia e Bela Vista do Caracol, começam a registrar perdas de soja ardida e até mesmo de grãos brotando. Caminhoneiros de Mato Grosso e estados próximos não conseguem chegar aos principais portos do Arco-Norte em decorrência a atoleiros provocados pelas chuvas nesta época do ano. Durante reunião com representantes do setor produtivo e o Ministério da Agricultura e o Ministério dos Transportes, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) se comprometeu que o trecho em questão será pavimentado ainda em 2017.
Segundo informações de caminhoneiros, recebidas pelo Agro Olhar, há casos de soja ardida e até mesmo brotando debaixo das lonas em decorrência ao excesso de umidade no local. O que significa perdas de carga e prejuízos.  Como o Agro Olhar comentou recentemente, as transportadoras já contabilizam aproximadamente R$ 50 milhões em prejuízos imediatos, e estimam perdas ainda maiores, caso a situação persista.
Os portos do Arco-Norte, mais precisamente os do Pará nos últimos anos tem ganhado destaque no escoamento da safra de grãos mato-grossenses. Entre Santarém e Barcarena, ambos portos no Pará, Mato Grosso escoou em 2016 um volume de 3,061 milhões de toneladas apenas de soja, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A rota de saída das commodities mato-grossenses ficou atrás apenas o Porto de Santos, em São Paulo, por onde saíram 7,148 milhões de toneladas. O Porto de Paranaguá, no Paraná, que era vice-líder, embarcou apenas 628,2 mil toneladas de soja o ano passado.
De acordo com informações do site Folha do Progresso, do Pará, na terça-feira, 28 de fevereiro, o tráfego para caminhões vazios, ou seja, que haviam descarregado grãos em Miritituba foi liberado. Estima-se que mais de 1.500 caminhões tenham saído do local para retornar para Mato Grosso.
Conforme o Ministério dos Transportes, o trecho que está sem condições de tráfego está localizado entre as comunidades de Santa Luzia e Bela Vista do Caracol e provoca um congestionamento de mais de 50 quilômetros, zerando desta forma as filas de caminhões que se formam no trecho.
A perspectiva é que haja nesta sexta-feira, 03 de março, a liberação total do tráfego de veículos com a recuperação de pontos isolados naquele segmento de 47 quilômetros entre as duas comunidades. O Ministério afirma que o "trecho foi muito danificado pela combinação do grande volume de chuvas com o aumento do escoamento da produção local".
Na quinta-feira, 02 de março, uma reunião entre o governo federal, que contou com a presença dos ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e dos Transportes, Maurício Quintela, setor produtivo e bancada federal de Mato Grosso foi realizada em busca de medidas emergenciais para dar trafegabilidade imediata à BR-163 no Pará.
Durante a reunião, os ministros Blairo Maggi e Maurício Quintela decidiram adotar medidas de curtíssimo prazo para manter a rodovia trafegável até o fim da safra de grãos. Além disso, um Grupo de Trabalho composto por representantes do Governo Federal e empresários do setor foi criado, bem como um comitê Gestor para atuar no local danificado.
O Diretor Geral do DNIT, Valter Cassimiro, informou durante a reunião que “o trecho da BR-163 onde há pontos críticos devido à combinação de chuvas com tráfego intenso será pavimentado neste ano”. Ainda de acordo com Cassimiro, a meta do DNIT é asfaltar 60 quilômetros da BR-163 no Pará dos 100 quilômetros que restam. Os demais 40 quilômetros ficariam para 2018.
Conforme os Ministérios do Transporte e Agricultura, até a conclusão das obras medidas emergenciais serão adotas. Entre as medidas está o controle e tráfego com o “pare” e “siga”, trabalho de drenagem para escoar água da estrada, dando passagem aos veículos da via, especialmente de caminhões com cargas mais pesadas.
“Nossa meta é definir uma estratégia para manter a rodovia trafegável até o fim da safra”, destacou o ministro dos Transportes, Maurício Quintela.
Segundo o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a ação do governo deverá evitar que a situação se repita.
Ainda conforme os ministérios da Agricultura e Transportes, as  Forças Armadas estão distribuindo 3 mil cestas básicas e 9 mil galões de cinco litros de água para camioneiros e familiares que estavam sitiados na região entre as comunidades de Santa Luzia e Bela Vista do Caracol.
FONTE: Agro Olhar 
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