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| Nilmar Lage/ Vale |
Combustível mais sustentável estão sendo testado em caminhões no Complexo de Mariana, em Minas Gerais; biodiesel B30 e B50 podem reduzir em até 35% as emissões de poluentes
A Vale anunciou mais um importante passo jornada para reduzir o uso de combustíveis fósseis nas operações de mineração. A empresa iniciou testes de campo com caminhões fora de estrada utilizando biodiesel B30 e B50, combustíveis mais sustentáveis capazes de reduzirem em 35% as emissões em relação ao diesel consumido hoje pela Vale no Brasil.
Segundo a Vale, os testes buscam confirmar a viabilidade o aumento da mistura de biodiesel nos caminhões fora de estrada, passando dos atuais 15%, estabelecidos pela legislação brasileira, para um percentual de 30 a 50%. Testes em bancada realizados desde 2023 demonstraram que a alternativa é promissora, o que levou a Vale em novembro a avançar para os testes em campo no Complexo de Mariana, em Minas Gerais, com veículos com capacidade de 190 toneladas.
Os testes também permitem monitorar a performance dos caminhões por pelo menos seis meses e avaliar quais adaptações serão necessárias no veículo ou no combustível para que eles possam rodar com a mistura de biodiesel mais elevada mantendo desempenho próximo ao atual.
“A estratégia de descarbonização das operações industriais está fundamentada na integração de múltiplas tecnologias e rotas energéticas. Para mitigar o consumo de diesel fóssil na frota de caminhões fora de estrada, estão sendo priorizados investimentos em biocombustíveis e etanol, além da adoção de sistemas de eletrificação em aplicações específicas, onde a análise de viabilidade técnica e econômica demonstra maior eficiência operacional”, afirma Carlos Medeiros, vice-presidente executivo de Operações. “O biodiesel, após validação dos parâmetros de desempenho, tem potencial para promover ganhos ambientais relevantes e servir de referência para a adoção em larga escala no setor.”
Além do biodiesel, a Vale assinou acordos com dois de seus principais fornecedores de caminhões fora de estrada para desenvolver motores bicombustíveis movidos a etanol e diesel (dualfuel). Tanto o biodiesel, produzido principalmente a partir de óleo de soja, como o etanol são produtos nos quais o Brasil oferece uma grande vantagem competitiva.
Caminhão elétrico
Em paralelo, a Vale também iniciou uma nova fase dos testes de um caminhão fora de estrada elétrico movido à bateria, com capacidade para transportar até 72 toneladas. Com as lições aprendidas na primeira fase iniciada em 2022, o fabricante do veículo realizou ajustes e, no mês de novembro, o caminhão retornou à empresa para uma nova rodada de testes.
O veículo será utilizado por pelo menos seis meses na mina de Capão Xavier, em Minas Gerais. Serão avaliados o bom desempenho e a eficiência na operação. Entre as vantagens trazidas pelos veículos elétricos estão a emissão zero de CO2 e a redução de ruídos.
“No processo de desenvolvimento tecnológico é importante testar, colher as lições, fazer ajustes e testar novamente até chegarmos ao resultado ideal. Vemos a eletrificação como uma solução com potencial para reduzir emissões de carbono a longo prazo”, afirma João Turchetti, diretor de Descarbonização.
Metas de Descarbonização
A Vale estabeleceu a meta de reduzir suas emissões de carbono de escopos 1 e 2 (diretas e indiretas) em 33% até 2030 e de zerar suas emissões líquidas até 2050. Até 2024, a empresa já investiu R$ 7,4 bilhões para atingir suas metas.
