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Produtores sofrem para escoar safra por estradas de chão no Sul do Piauí

Comemorar uma safra recorde de quase quatro milhões de toneladas de grãos no Piauí está sendo um verdadeiro problema, já que as estradas por onde a carga será transportada está em situação precária. Os caminhoneiros enfrentam centenas de quilômetros de rodovias de chão, buraco e lama.
A PI-392 localizada no município de Currais, 640 km de distancia de Teresina, é por onde passa boa parte de toda a produção do Piauí. Os caminhoneiros não sabem até quando poderão trafegar por essa estrada, já que em alguns trechos restam poucos metros para que a estrada seja completamente consumida por grande buracos. A passagem de dois caminhões em sentidos contrários, por exemplo, é algo impossível, já que as laterais da estrada estão completamente destruídas.
Quem conta com o rádio no seu caminhão, faz o uso dessa tecnologia para evitar acidentes, mas nem sempre isso é possível. Poucos quilômetros depois, a PI-392 se encontra com outra rodovia estadual, a Transcerrado que conta com 340 km de extensão e que é considerada a principal via de escoamento da produção agrícola piauiense.
O presidente Sindicato dos Produtores Rurais de Bom Jesus, Abel Pieta, acredita que os produtores do cerrado contribuem por ano, apenas com um imposto pago para o governo, com mais de R$290 milhões e que, com esse dinheiro, a estrada já poderia ser uma realidade. “Com o custeio que a gente paga sobre o ICMS, que é retido diretamente na fonte, a gente faz um cálculo que a Transcerrados se pagaria em dois anos”, disse.
Para os caminhoneiros que precisão transportar de 40 a 50 toneladas de grãos, essa estrada é um verdadeiro pesadelo, por isso, muitos deles estão desistindo de trabalhar na via. O que gera um grande problema para produtores rurais como Laudir Luis Anderle. “Eu já fiz contato com pessoas e quando se fala que se trata de Transcerrados, ninguém quer vir puxar”, contou.
A rodovia é uma promessa antiga do governo do estado. Em 2013, um trecho de 117 km começou a ser asfaltado, mas quatro anos já se passaram e a obra está parada. São pelo menos 150 km intrafegáveis. Em nota, o governo do Piauí informou que a partir do dia 3 de abril a estrada PI-392 começa a ser asfautada e que o trecho já licitado da rodovia deve estar pavimentado até o final do ano.
FONTE: G1 
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