Facchini

Bombeira é única mulher a dirigir caminhão autoescada em Salvador

O vermelho que enfeita as unhas e os lábios tem o mesmo tom daquele que aparece na farda de trabalho da bombeira militar, sargento Adriana Salvador.
A atenção aos detalhes, presente também na maquiagem e no cabelo, sempre foi marca da profissional que, pelo seu desempenho, se tornou, atualmente, a única mulher do Centro de Gestão de Frota, do Departamento de Apoio Logístico (DAL) do Corpo de Bombeiros, a dirigir um caminhão autoescada.
Militar há 14 anos, sendo 11 como bombeira, ela se orgulha de ser referência para colegas e civis. Além do veículo com escada acoplada – que possui 40 metros de altura, três de largura e 17 de comprimento –, utilizado nos resgates em altura e no apoio ao combate a incêndios e ocorrências de grandes proporções, também conduz outros carros da unidade, como caminhões e ambulâncias de salvamento.
Durante o desfile em comemoração ao 7 de Setembro, sargento Salvador também guia um dos xodós da corporação, o caminhão Vovó, de 1912, e ainda é uma das responsáveis por pilotar o ônibus que transporta os colegas para combater queimadas, comuns durante o verão em diferentes cidades baianas.
Seja para lutar contra o fogo ou resgatar um gato em uma árvore, leva o autoescada e o estaciona em local adequado para realização da ação, priorizando a segurança dos profissionais. Já tendo participado de muitas operações, garante que desperta olhares curiosos quando está atrás do volante. “Ainda se surpreendem quando veem uma mulher guiando um caminhão”, enfatizou.
Sargento Salvador diz que a paixão por veículos grandes surgiu na adolescência e segue até hoje. “Tive contato com carros pesados muito jovem, através de familiares caminhoneiros”, justificou. Mesmo já tendo conduzido motos durante o período em que era do esquadrão de motociclistas Águia e Asa Branca, em Feira de Santana, viaturas, ônibus, caminhões-pipa e ambulâncias de salvamento, não esconde o desejo de guiar outros veículos. “Quero ainda dirigir um trator e também uma carreta bitrem”, confessou.
A inatividade não atrai a BM, que usa seu tempo livre para praticar esportes que envolvam contato com a natureza e contribuem para a liberação de substâncias positivas para o corpo. “Faço exercícios físicos, gosto de esportes radicais e hoje sou jipeira”, explicou que possui um veículo do tipo off-Road quatro por quatro, indicado para tilhas.
Os anos de dedicação a sua função renderam uma medalha por bom comportamento e serviços prestados após de anos de trabalho, no entanto ela ainda deseja alcançar a medalha de mérito Almeida Couto, concedida aos militares de maior destaque.
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