Facchini

Indústria de caminhões terá ano de sete meses, diz Anfavea

Se a vida não tem sido fácil nas montadoras de carros, nas fábricas de veículos comerciais pesados a situação é ainda pior. Em 2015, a produção na indústria de caminhões está retornando a níveis de 12 anos atrás, ao passo que as vendas estão no patamar mais baixo desde 2006.
De janeiro a julho, o consumo de caminhões no Brasil caiu 43,1%, enquanto a produção, num reflexo também do esforço das empresas em reduzir estoques, teve redução ainda maior, de 45,4%.
Os números foram divulgados hoje pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras, e retratam um quadro tão crítico que dirigentes da associação chegaram a afirmar que o setor terá em 2015 um ano de sete meses, tendo em vista que a diferença negativa para 2014, já superior a 33 mil caminhões, equivale a cinco meses de emplacamentos pelo ritmo atual.
No total, 48,2 mil caminhões foram produzidos nos sete primeiros meses deste ano. Não se via número tão baixo desde 2003, quando menos de 45 mil unidades haviam sido montadas em igual período. Já as vendas, de 43,8 mil unidades até julho, são as mais baixas entre períodos equivalentes em nove anos.
Segundo executivos do setor, as incertezas sobre os rumos de uma economia em recessão vêm reduzindo a disposição das empresas transportadoras em investir na renovação de frotas, ao mesmo tempo em que a paralisação de grandes obras de infraestrutura e o encarecimento dos financiamentos a bens de capital — como resultado de cortes nas taxas subsidiadas — pesam contra as vendas dos veículos de carga.
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