Facchini

Diferentes visões do Stralis

No ano de 2005, a fabricante italiana Iveco trouxe sua linha de caminhões Stralis para o Brasil. Após isso, ela disponibilizou diversas versões e motorizações a seus clientes.  Após dez anos, desde o seu lançamento, como o mercado vê o Stralis? Contatamos lojistas em diversas regiões do país para saber como o caminhão se comporta em cada região do Brasil.    

Sudeste
Tadeu Marcos Filho, proprietário e diretor comercial da Nicam Caminhões e Carretas, explica que o mercado para o segmento dos extrapesados (acima de 45 t), de forma geral, está bem retraído, e não é diferente com o Iveco Stralis. Entretanto, Tadeu afirma que existe uma demanda específica pelo modelo, mesmo que pequena. Os modelos 380 e 420, com tração 6x2, são os mais procuramos, com transmissão manual, já que, nas palavras do diretor, a versão automática quase não está disponível no segmento de usados e seminovos. Tadeu afirma que o cliente que entra em uma de suas lojas interessado no Stralis costuma analisar também os modelos Volvo FH 380 e 400, além do VW 25.390. Este, visando menor custo. “O Iveco Stralis é bem-aceito no mercado, e um cliente que opta pelo caminhão está buscando custo-benefício, preço e tudo o que o caminhão faz. É uma excelente opção para quem busca também qualidade”, afirma Tadeu. Em 2014, a loja comercializou mais de 300 unidades do Iveco Stralis.    
     
Sul
Felipe dos Anjos da Rosa, responsável de vendas da AutoCruz Caminhões, diz que o modelo tem boa oferta e demanda, e que está crescendo bastante no mercado de caminhões brasileiro. “Apesar de não ser tão famoso como Scania e Volvo, em termos de cavalo mecânico, o modelo vem tendo uma aceitabilidade muito boa no mercado”. Segundo Felipe, os modelos 380 e 420 são os mais procurados no estabelecimento. “Há também a procura pelos modelos 470 e 520, que são os traçados, mas não trabalhamos com ele”, conta. De acordo com Felipe, quando um cliente busca por um Iveco, ele analisa também os modelos da Scania e da Volvo. “O diferencial é preço, a gente analisa um Volvo ou Scania 2010, que custam de R$ 200.000 a R$ 220.000, enquanto o modelo italiano está na faixa de R$ 160.000”. Por fim, Felipe diz que, em termos de economia, o consumo dele é alto, mas, a durabilidade e a farta disponibilidade de peças tornam o caminhão bem-aceito.
     
Nordeste
Jaime Filho, gerente da Truck Car Carros e Caminhões, inicia a entrevista com a afirmação: “É um caminhão fraco nas vendas”. O gerente afirma que a versão mais procurada no estabelecimento é a 410. Questionado a respeito das características do caminhão, o gerente afirmou: “É um caminhão muito bom, mas, a assistência técnica na região Nordeste do Brasil é falha. Se o cliente tem um contratempo com o seu caminhão, muitas vezes ele chega a esperar de quatro a seis meses para receber a peça, e isso o afasta da marca”. Jaime diz que a preferência do seu cliente continua a ser pelo Scania, e em um segundo plano, a Volvo. Ainda de acordo com o gerente, todos os clientes que possuem o veículo se queixam do péssimo pós-vendas na região. Diferentemente do apurado junto aos lojistas da região Sul e Sudeste. Por fim, Jaime afirma que, quando um cliente opta pelo Iveco Stralis, o faz unicamente pelo preço.

Centro-Oeste
Cleomar Fonseca, diretor de vendas da Thancar Motors, explica que o modelo na região não é alvo de grande procura. O diretor da empresa diz que as versões 380 e 410 são as mais procuradas por seus clientes. “Quando um cliente entra em nossa loja, ele avalia também modelos da Mercedes-Benz (1938 da linha tradicional) e da Scania”. Na visão de Fonseca, o modelo não é bem-aceito no mercado, e figura na quarta colocação na preferência dos seus clientes. “Quando nosso cliente opta pelo Iveco Stralis, acredito que seja por falta de conhecimento a respeito da aceitação do veículo no mercado usado. O novo é bem-aceito, porém, o usado ainda encontra muita resistência, ou a análise dele engloba apenas preço”, finaliza Cleomar.

Em nossas buscas não identificamos um lojista que falasse sobre o caminhão na região Norte do país. De toda forma, nas quatro regiões apuradas, identificamos uma diferença entre o comportamento de mercado e do consumidor e, segundo os lojistas, se deve à atenção recebida por parte da rede de concessionárias das marcas e que em um mercado competitivo é determinante para que uma fabricante tenha a predileção do consumidor, tanto no mercado de novos quanto de usados. 
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