DAF Caminhões
Facchini

DAF Caminhões

Montadoras de veículos pesados miram reposição para fugir da crise

As montadoras de veículos pesados estão aumentando cada vez mais os investimentos na reposição. Para algumas empresas, o negócio de pós-vendas pode minimizar a queda expressiva prevista para o ano, devido à intensificação da crise no setor.
É o caso da CNH Industrial, que projeta para 2015 um crescimento de 12% para o negócio de reposição. "Estamos trabalhando para aumentar nossa participação de mercado mesmo com o atual período de turbulência", afirmou ao DCI a gerente de marketing de peças da CNH Industrial Parts & Service, Regina Barbosa.
O grupo é responsável pela distribuição pós-vendas de peças para as marcas Case IH, Case Construction, New Holland, New Holland Construction e Iveco.
"A reposição é uma parte muito importante do nosso negócio e estamos trabalhando para crescer mesmo diante da forte crise", complementa a executiva.
A Mercedes-Benz também aposta em peças e serviços para mitigar a queda brusca do negócio de caminhões, cuja produção total no País recuou mais de 40% no acumulado do ano.
"Umas das prioridades do grupo Daimler, tanto no Brasil quanto no mundo, é aumentar a participação de peças e serviços no faturamento", afirma o diretor de pós-venda no País, Ari de Carvalho.
Com duas vertentes, o pós-vendas tem em peças e serviços a garantia de que a montadora não terá rentabilidade apenas no instante da venda. "A reposição é uma estratégia permanente, pois salva os negócios em momentos em que o mercado está em baixa. Já o serviço de pós-vendas é sobrevivência de longo prazo", acrescenta.
De acordo com Carvalho, a meta da Mercedes é manter o mesmo resultado de 2014 na reposição. "Nos últimos dez anos, crescemos 35% neste negócio [descontando a inflação], o que é muito significativo", complementa.
Fidelização
No segmento de pesados, a fidelização à marca após a compra do veículo é maior do que em leves porque o produto é usado como instrumento de trabalho. Segundo Regina, o nível é ainda mais forte em máquinas agrícolas, por exemplo, devido ao alto conteúdo embarcado de tecnologia.
"Porém, nos segmentos em que a competição é mais acirrada e os produtos mais mecanizados, estamos trabalhando para aumentar o nível de fidelização", diz a executiva. É o caso de máquinas para construção. "Há cerca de um ano e meio trabalhamos no reposicionamento de preços de uma gama de 2,5 mil itens para trazer mais clientes para as concessionárias", revela.
Regina afirma que o trabalho consiste em buscar junto aos fornecedores maior competitividade de preços. "Temos que nos concentrar em ter produtos e linhas de combate para atender a todos os clientes", pondera a executiva.
A montadora do grupo Daimler também atua no mercado com portfolio de diferentes posicionamentos de preços. A empresa possui no Brasil a linha Mercedes peças genuínas, a Alliance Truck Parts (componentes menores, como palheta de para-brisa 30% mais barata) e ainda a marca de remanufaturados Renov, de motores, câmbios, entre outras partes.
"Também queremos nos aproximar daqueles clientes que possuem veículos mais antigos, de mais de 20 anos, e por isso essa gama de marcas", pontua Carvalho.
Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), a participação da reposição no faturamento total do setor vem crescendo sistematicamente.
Em abril do ano passado, o share do after market era de cerca de 13,8% das vendas de peças no País. Quase um ano depois, a participação subiu para aproximadamente 17%, principalmente diante do crescimento do negócio de manutenção da frota circulante.
"Muitas montadoras estão criando marcas para vender na reposição devido ao potencial de crescimento deste mercado", afirma o diretor corporativo das empresas de autopeças do grupo Randon, Pedro Ferro.
Ainda de acordo com o executivo, as montadoras no País estão seguindo uma tendência já observada na Europa e Estados Unidos. "Muitas marcas estão criando portfólios para a reposição. A competição está aumentando nesse negócio", destacou o executivo.
FONTE: Fenabrave

Nunca publique suas informações pessoais, como por exemplo, números de telefone, endereço, currículo etc. Propagandas, palavras de baixo calão, desrespeito ou ofensas não serão toleradas e autorizadas nos comentários.

NOTÍCIA ANTERIOR PRÓXIMA NOTÍCIA