Facchini

Anchieta tem fila de caminhões

Os caminhoneiros que trafegam pela Rodovia Anchieta, sentido Litoral, sofrem com o bloqueio da margem direita do Porto de Santos. A operação da Polícia Rodoviária, que teve início na madrugada de segunda-feira, prevê triagem dos veículos pesados no km 40 e km 59 da via, a fim de impedi-los que cortem caminho por dentro de Santos para chegar à região portuária. A medida é necessária devido ao incêndio que atinge desde quinta-feira o complexo industrial da Alemoa, e só será interrompida quando o combate às chamas for finalizado.
A equipe do Diário conversou com motoristas que estacionaram seus veículos nos bolsões da rodovia. A maioria reclama da infraestrutura dos locais e da falta de comunicação por parte das autoridades sobre quando o bloqueio acabará.
Para o caminhoneiro Marco Antônio Fischer, 60 anos, que transportava carga vinda do Sul do País, a situação é insustentável. “Estou parado desde sexta-feira. Além de não termos espaço decente, somos obrigados a conviver com os vários ratos que tem aqui.”
Alguns são obrigados a improvisar na hora de se alimentar. Devair Silveira Alves cozinhava sua refeição em uma pequena estrutura do caminhão e conta que perdeu dois dias de viagem. “Além do tempo, calculo prejuízo de R$ 3.500. Perdi o frete e estou esperando a liberação do porto para buscar uma carga e diminuir meu prejuízo.”
Geraldo de Souza, 54, afirma que por conta do bloqueio, foi obrigado a passar pelo pedágio duas vezes em curto intervalo de tempo. “A polícia me mandou encostar. Esperei quase três horas e disseram para voltar para São Paulo e buscar um caminho alternativo. Fiz o retorno e agora estou estacionado aqui. Enquanto não liberarem o porto, vou ficar. Nem fiz as contas de quanto dinheiro vou perder.”
A rodovia registrou filas de caminhões e congestionamento ao longo do dia na altura do pedágio, no km 32, no primeiro bloqueio da Polícia Rodoviária, no km 40, e no km 63, próximo ao incêndio que consome os tanques da empresa Ultracargo.
Muitos caminhoneiros são encaminhados para o pátio da empresa Elog, situado em Cubatão. A fila de veículos para acessar o local ultrapassava dois quilômetros. O número de caminhões parados não foi informado.
Segundo o capitão da Polícia Rodoviária Milton Yuki, o principal objetivo da ação é impedir que as carretas cheguem a Santos e bloqueiem o trânsito da cidade. “Para a pista central da Anchieta só trafegam automóveis pequenos e ônibus. Os caminhões não podem operar nos terminais, de acordo com determinação da Secretaria dos Portos. Aqueles que descumprem essa norma têm acesso bloqueado e são obrigados a voltar aos pontos de origem, ninguém passa pela nossa retenção.” Segundo o capitão, não há prazo para o término da operação. “Continuará até a situação emergencial terminar”, garantiu.
A Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) afirma que a triagem dos caminhões permanecerá até o Gabinete de Integração, formado por representantes dos governos estadual, federal e da prefeitura de Santos, suspender o bloqueio no Viaduto Alemoa, em Santos. Sendo assim, o acesso de caminhões à margem direita do Porto de Santos, via Viaduto Alemoa, ficará bloqueado pelo tempo necessário até que o incêndio seja totalmente controlado. 
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