Facchini

Motoristas fecham 5 trechos de BRs e impedem escoamento da produção

Faz quase uma semana que os caminhoneiros tentam impedir que os veículos de cargas cheguem ao destino final para o escoamento da produção agrícola, em Mato Grosso. Para isso, bloqueiam trechos das duas principais rodovias federais, a 163 e a 364, que cortam o estado e dão acesso ao terminal ferroviário da América Latina Logística (ALL), em Rondonópolis, a 218 km da capital, e aos portos de Santos (SP) e Santarém (PA).
Os manifestantes fazem pausas para o almoço e ao final do dia, de modo que, nesses períodos de 'trégua', permitem que os os caminhoneiros sigam viagem. Mas, como a orientação é que os motoristas não saiam para evitar que fiquem parados nos bloqueios, as manifestações começaram a trazer impactos negativos. Tanto que na ALL caiu pela metade o número de caminhões descarregando no terminal ferroviário de Rondonópolis, como informou a assessoria da ALL nesta segunda-feira. A maioria dos caminhões que está descarregando no local são da própria região sul do estado.
Nesta segunda-feira (23), foram ampliados os pontos de bloqueios. Cinco trechos das BRs 163 e 364 foram interditados pelos manifestantes, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Um dos trechos interditados fica em Cuiabá, na BR-364, já no perímetro urbano de Cuiabá, sentido Rondonópolis, no km 203. Por conta do bloqueio, a via já encontra-se congestionada na manhã desta segunda-feira. Ainda na BR-364, os manifestantes bloqueiam trecho em Rondonópolis. Já na BR-163, os veículos de cargas estão impedidos de passar em três trechos, nos municípios de Diamantino, Nova Mutume  Lucas do Rio Verde, na região norte do estado, considerada a maior produtora de grãos do estado, segundo a PRF.
O diretor do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Cuiabá (Sindicam), Wilson Júnior Samoro, informou que nos locais onde ocorrem as manifestações só está sendo permitido o tráfego de veículos de passeio e caminhões com carga viva. Segundo ele, não existe a previsão de liberação das vias.
A principal reclamação da categoria é em relação aos prejuízos por conta da redução do valor do frete e o aumento do preço do diesel. Conforme o sindicalista, houve queda de mais de 20% no valor do frete e, com o custo alto, só estão trabalhando para cobrir as despesas. "Os armazéns estão cheios e não têm como mais receber a soja que está sendo colhida", afirmou. Os motoristas também reclamam da 'Lei do Descanso', que, segundo eles, é difícil de ser cumprida.
Riscos
Com os bloqueios, as cargas de combustíveis correm risco de não chegar às fazendas e podem mesmo prejudicar a colheita de grãos em algumas regiões. "Até agora não tivemos problemas, mas provavelmente vamos ter se os bloqueios continuarem", afirmou o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Carlos Simon.
Após apelo dos produtores rurais, os caminhoneiros liberaram o tráfego dos veículos com carga de combustível no final de semana.
FONTE: G1
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