Facchini

Por que a carreta com 3 eixos espaçados a mais de 2,40m é chamada de Vanderleia

Na época em que foi criada, essa carreta não apresentava estabilidade adequada dos eixos, o que fazia o primeiro eixo da carreta ficar "dançando" fora do alinhamento normal, lembrando uma dançarina do ponto de vista do retrovisor.
Outra caracteristica dessa carreta é ter os eixos espaçados/ distanciados um dos outros, lembrando alguem dançar com as pernas abertas.
Por ter essas duas características , o dito popular comparava com uma cantora famosa dessa época = Vanderleia. Vanderleia foi uma das principais personagem da Jovem Guarda ,a qual tinha Roberto Carlos como um dos lideres. Logico que ambas são conotações machistas ,ridículas e injustas para com a querida cantora Vanderleia.
Tudo começou em 1978, quando, no governo Geisel, foi baixado o Decreto 82.925. Este permitia o PBTC subir a 45 toneladas, mas sem alterar os limites por eixo. 
A configuração articulada mais comum na época rodava sobre cinco eixos e tinha o teto legal de 40,5 t de PBTC.
O remédio procurado foi o cavalo-mecânico mal identificado por LS (6×2), capaz de totalizar 47,5 t pela soma aritmética dos por-eixo, aproveitando melhor as 45 t legais.
Mas o ideal, visto por outros, seria não ter de trucar o cavalo. Só adequar o implemento, cuja única opção era a apenas pensada carreta de três eixos distanciados.
A Randon se aventurou nessa trilha com um projeto de 12,37 m de comprimento, três eixos a 2,40 m entre si, sendo o primeiro, direcional e de suspensão a ar. Pesava 8,450 kg de tara, com sua carroceria aberta. Isto foi no segundo semestre de 1982, conforme teste prático realizado pelo Jornal Veículo, hoje descontinuado.
Nos cerca de 20 anos seguintes, ao contrário da celebridade que lhe emprestou o nome, a carreta Vanderleia ficou esquecida.
Seus pontos fracos eram desalinhamento do eixo direcional, quebra do chassi na zona do dito cujo, desgaste exagerado de pneus e precária manobrabilidade.

ENCURTAMENTO 
Com total dependência ao TRC, não lhe faltam suportes, como o da Volvo, por exemplo. Visando o aperfeiçoamento da CVC de seis eixos, a montadora de Curitiba interveio até na linha de montagem para soltar um FH com entre-eixos mais curto, igual a apenas 3 metros. Mesmo na configuração 6×2 (motorização não informada).
Com a pequena grande modificação, tornou possível o carregamento de mais dois pallets PBR, totalizando 30, numa Vanderleia frigorífica de 15,5 m de comprimento, o que pode representar cinco toneladas a mais, sem estouro do teto atual de 53 t de PBTC.
Os eixos distanciados era para levar a carga de forma mais bem distribuída, já que o padrão de carregamento da indústria começa pelos congelados no terço mais profundo do baú e “faz o conjunto dar excesso no eixo duplo do cavalo”.
Sabe-se que será mais caro [do que o conjunto clássico de seis eixos], terá maiores tara, consumo de combustível, de pneus e custo de manutenção, portanto, cálculos de planilha majorados”.
Pelo ângulo da Volvo, constata-se não se tratar de simples cortes de longarinas e eixo cardam. Cavalo-mecânico extracurto vira um perigo saltitante e instável em estrada de todo tipo. Por isso, o fabricante adotou molas parabólicas ‘S’ no eixo de tração, combinadas com terceiro-eixo de suspensão pneumática, além de barra estabilizadora e amortecedores nos dois eixos.
Os tanques de combustível também têm dimensão e localização específicas para manter a capacidade de armazenamento idêntica a dos FHs convencionais.
FONTE: Guia do TRC 
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