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DAF e Foton mantêm planos, apesar da queda das vendas

As vendas de caminhões caíram 13,6% entre janeiro e julho deste ano, para 77 mil unidades. A retração, no entanto, não abalou os planos de duas entrantes do mercado nacional, a holandesa DAF e a chinesa Foton. As companhias, que participam do Congresso e ExpoFenabrave, que acontece em Curitiba (PR), pretendem seguir com a estratégia de negócios para o mercado nacional. 
O presidente da DAF, Marco Antonio Dávila, conta que a única mudança na programação aconteceu no ritmo da fábrica da companhia em Ponta Grossa (PR), inaugurada em outubro de 2013 após investimento de US$ 320 milhões. A unidade produzirá 600 caminhões este ano, volume 10% menor do que o esperado inicialmente. Ainda assim, a redução deve ser inferior a do mercado brasileiro, que pode cair de 12% a 15% em 2014, segundo o executivo. 
Com capacidade para montar 10 mil veículos por ano, a fábrica tem produzido por enquanto apenas o extrapesado XF. O plano é iniciar a fabricação do semipesado CF em meados de 2015, de acordo com o planejamento feito ainda antes da retração do mercado.
Dávila defende que a organização se instalou no País “para ficar 100 anos, não dois”, e que por isso não há motivo para interromper o cronograma. O executivo defende o forte potencial de vendas para caminhões nos próximos anos, enfatizando que a frota nacional tem idade média avançada, superior a 17 anos. 
Outro projeto dá conta da expansão da rede de concessionárias. A companhia tem hoje 20 casas no Brasil e quer elevar esse número para 40 unidades em 2015 e depois saltar para 100 casas até 2020. 

FOTON
A Foton também está segura sobre seus planos locais mesmo diante da mudança do cenário. A empresa aplica R$ 320 milhões para construir fábrica em Guaíba (RS). Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente da companhia no Brasil, sustenta a expectativa de iniciar a produção pré-série já no fim de 2015, com a montagem de unidades comerciais no início de 2016. 
A companhia realizou cerimônia de início das obras em abril deste ano. Mendonça admite, no entanto, que as exigências ambientais atrasaram o processo e construção efetiva deve começar apenas agora. 
O executivo assegura que mantém trabalho próximo ao time de desenvolvimento da matriz chinesa. “Eles já fizeram alterações que pedimos para que os caminhões agradem o mercado brasileiro e têm, inclusive, incorporado algumas dessas melhorias nos veículos vendidos na China”, conta. 
Segundo ele, os primeiros veículos nacionais da Foton já terão índice de nacionalização de 70% para garantir o acesso ao crédito do Finame/BNDES. Mendonça de Barros afirma que as negociações com fornecedores para chegar a este índice estão em estágio avançado. Por enquanto apenas Cummins e ZF foram confirmadas. A empresa deve anunciar os parceiros locais ainda este ano.
“Estamos conseguindo condições comerciais superiores por causa dos volumes de compras da China. Não teríamos o mesmo poder de barganha se fôssemos negociar apenas com base no volume que faremos no Brasil”, revela. Para garantir a boa negociação, o executivo brasileiro leva representantes de compras da matriz chinesa para fechar os acordos. 
Este ano, apenas com caminhões importados, a Foton programa vender no Brasil 700 unidades, que já serão oferecidas sem o IPI adicional de 30 pontos porcentuais, já que a empresa está habilitada no Inovar-Auto como investidora. A rede de concessionárias, que hoje tem 19 casas em operação, saltará para 50 unidades em 2016 e deve alcançar 90 revendas a partir de 2017. Com o desenvolvimento da estratégia para o mercado nacional mantida, só um acontecimento poderá afetar os planos de Mendonça de Barros para o futuro: o vencimento do contrato dele com a empresa chinesa em 2025.
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