Facchini


Logística dribla longas filas de caminhões

Até meados de 2015, a Secretaria Especial de Portos (SEP) espera ter prontos os estudos para implementação de 17 Áreas de Apoio Logístico Portuário (AALPs), localizadas próximas aos portos públicos. Essas áreas têm como objetivo servir de estacionamento para os caminhões que esperam para chegar aos terminais. Com isso, serão evitadas as longas filas nas vias de acesso que ligam os portos às cidades em que estão inseridos. O projeto foi anunciado em dezembro de 2012 e os estudos, contratados em dezembro do ano passado.
O valor total estimado para a implantação dessas 17 áreas de apoio é de R$ 750 milhões. Os estudos vão definir as características e o porte de cada uma das áreas previstas afim de determinar o montante de recursos públicos necessários. Serão instalados nos portos de Aratu e Salvador (BA); Pecém (Fortaleza - CE); Vitória (ES); Itaqui (MA); Santarém e Vila do Conde (PA); Suape (PE); Paranaguá (PR); Itaguaí e Rio de Janeiro (RJ); Rio Grande (RS); Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul (SC); e Santos (SP). Os recursos do Programa de Aceleração do Investimento (PAC) e serão liberados à medida em que os estudos para sua implementação forem sendo concluídos.
As plataformas portuárias visam o alargamento da área de influência do porto (hinterland). Os serviços de logística complementares, como estacionamento de caminhões, armazenagem e centro de serviços, áreas alfandegadas ou anteporto e terminais intermodais, serão na zona secundária. Esse alargamento é fundamental, considerando-se a característica nobre e escassa da localização dos portos em áreas abrigadas do litoral e, principalmente, a inviabilidade de expansão da maioria dos portos brasileiros, próximos aos aglomerados urbanos.
Para resolver o problema dos congestionamentos, a SEP optou ainda por uma solução que visa a sincronização da chegada ou da saída de cargas, por meio de um modelo de gestão a ser implantado pelo projeto Cadeia Logística Portuária Inteligente, conduzido pela secretaria. O projeto prevê a implantação do sistema Portolog, desenvolvido pelo Serpro, que permite o gerenciamento do tráfego de caminhões. A previsão é de que o sistema comece a operar no porto de Santos em setembro.
O porto de Santos, segundo Claudio Montenegro, diretor de planejamento estratégico da Companhia Docas do Estado de São Paulo - CODESP, recebeu uma doação do governo espanhol para a criação de uma Zona de Atividade Logística (ALG), cujo projeto foi executado pela consultoria espanhola Advanced Logistic Group.
"A SEP aprovou R$ 320 milhões de recursos do PAC para o desenvolvimento da área. Vamos usar o recurso, mas não necessariamente para desenvolver uma área própria, podemos usá-lo para fomentar a atividade logística", explica. "Este ano, firmamos parceria com operadores privados como a Ecopatio, a Rodopark, na Baixada Santista, e o Pátio de Triagem da Rumo Logística, em Sumaré." Montenegro conta que a Codesp recebeu uma área do Patrimônio da União e avalia desenvolver uma área de apoio logístico para caminhões que transportam contêineres vazios e ficam no porto esperando serviço. Outra ideia é criar em Cubatão área conectando ferrovia, hidrovia e rodovia com o porto de Santos. "Os caminhões poderão chegar a Cubatão pela rodovia e de lá levar a carga até Santos por meio da ferrovia operada pela ALL Logística com a qual estamos preparando um investimento conjunto para melhorias da ferrovia no porto", acrescenta Montenegro.
O porto de Paranaguá foi o primeiro a criar pátio de triagem, segundo Luiz Henrique Dividino, superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina. Trata-se de uma área de 620 mil m², com estacionamento para 1,3 mil carretas, que recebe fluxo diário de 2,1 mil veículos. O governo do Paraná desapropriou área de 210 mil m² contígua ao pátio, para mais 300 vagas. "As áreas, com um total de 2,4 mil vagas, ficam a 8 km do porto e retêm o caminhão antes de ele chegar à cidade, mas ainda não são suficientes. Há dois projetos privados de logística sendo desenvolvidos que poderão oferecer uma rede de serviços aos caminhoneiros", explica Dividino.
FONTE: Portos e Navios 
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