Facchini


Carga de peso

Nos últimos dias, a movimentação nas proximidades do trevo da Catani aumentou por causa dos curiosos. O motivo está na carga de 440 toneladas (um gerador de usina hidrelétrica) e todo o aparato necessário para o seu transporte.
Tendo saído de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, o comboio, que conta com o aparato de dois carros batedores (escolta), dois caminhões de 520 cv, um terceiro caminhão de 800 cv e reboque que possui 28 eixos, tem como destino São Simão, em Goiás. Por se tratar de uma carga especial, e não apenas no conteúdo, mas também por atingir o comprimento de 93 metros e largura de 6,4 metros, o comboio conta com o suporte dos grupamentos de polícia rodoviária.
De acordo com o supervisor do comboio, Maurício Gomes, o grupo saiu de Canoas no dia 3 de fevereiro com previsão de chegar a São Simão em 15 de maio. Além do tempo parado em Pato Branco, outros pontos também ocuparam mais tempo do que o previsto, como os 31 dias aguardando a liberação da Polícia Rodoviária Estadual do Rio Grande do Sul para fazer o percurso Passo Fundo - Erechim (83Km). Ele também revelou que a velocidade média é de 20 a 30 km/h.
Outro fato que chama a atenção é a quantidade de cavalos que os motores possuem, afinal, juntos os três caminhões possuem 1.840 cv.
“Apenas o caminhão de 800 cv dá conta de puxar a carga, mas usamos mais dois caminhões [520 cv cada] para evitar a quebra”, explicou.

Pé na estrada
Na manhã de ontem, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do posto de Pato Branco esteve a postos para o início do deslocamento, porém, mesmo estando com a documentação para transitar pela BR-158, os caminhões permaneceram parados. O motivo foi falta de liberação do Dnit quanto ao trafego da carga sobre a ponto do Rio Chopim. Segundo informações repassadas pela chefia local do órgão federal, é necessária a autorização do escritório central (Brasília) para a liberação do comboio. O tempo de espera se deve pelo fato de que essa semana foi realizado estudo das condições gerais da ponte. O Dnit informou que “o estudo servirá de base para um laudo técnico elaborado pela equipe de especialistas do Dnit, posteriormente encaminhado para a Superintendência Regional no estado do Paraná”.

Na espera
Depois de presos em sistema de reboque, o caminhão norte-americano guiado por Clicério Antônio dos Reis é o terceiro, o que o impede de ter uma visão total da rodovia. “Nossa comunicação [dos três motoristas] é feita só quando tem algum caminhão parado na pista ou outro obstáculo, como lombada ou viaduto. É um trabalho sincronizado, que exige prática dos motoristas”, afirma. Reis diz que é preciso muito mais atenção do que “força nos braços”. “Já transportei carga maior e de maior peso”.
O operador de linha de eixo responsável pelo reboque, José Ricardo Messias da Silva, reconhece que a carga chama a atenção. Silva relata que são 14 eixos na frente e o mesmo número atrás, cada um com oito pneus em cada eixo, sendo 224 pneus no total. “O consumo dos pneus depende muito do clima, das condições do asfalto. Se for novo, em média é utilizado de 20 a 30 dias. Se for recapado, a vida útil cai pela metade”, comentou Reis.

Curiosidade
Morador de São Roque do Chopim, Osmar Borges, de São Roque do Chopim, afirmou que foi a curiosidade que o levou até o pátio onde os caminhões estão parados. “Nunca tinha visto um caminhão desse comprimento e quantidade de pneus, com uma estrutura de três caminhões puxando. Quando passar por São Roque do Chopim vai chamar a atenção, e eu quero ver ele passando”.
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