Facchini

Iveco mira topo do mercado brasileiro

Alcançar o topo do mercado brasileiro e figurar entre as grandes montadoras de veículos comerciais do País. Esta é a nova meta traçada pelo atual presidente da Iveco na América Latina, Marco Mazzu, que desde dezembro de 2012 também acumula a presidência da Fiat Industrial para a região. O executivo prepara o terreno para o que ele chama de nova fase da Iveco no Brasil, calcada no crescimento contínuo dos negócios.
“Acreditamos em um crescimento constante da nossa participação até chegar ao nível dos melhores do mercado. Isso pode acontecer de uma forma com maior ou menor velocidade, há fatores que devemos considerar, mas o que os últimos cinco anos comprovaram é que fazendo as coisas certas, nós seguramente temos a condição de chegar ao topo”, afirma Mazzu.
Ele diz que continua à frente da montadora, mas com o acúmulo do novo cargo na Fiat Industrial, já deu início ao processo de escolha de um novo presidente para a Iveco no Brasil e na América Latina. Sem dar qualquer pista sobre seu sucessor, Mazzu limita-se a dizer que está conduzindo o processo pessoalmente e que anunciará o novo executivo no momento oportuno. Por enquanto, dedica-se a traçar minuciosamente cada passo dentro da estratégia de crescimento da marca no País, seguindo os mesmos preceitos que utilizou para dar a sua arrancada no mercado brasileiro. 
Não foi coincidência o fato de sua nomeação para presidente da marca na região em 2007, mesmo ano em que a Iveco anunciava um novo ciclo de investimento no Brasil, na ordem de R$ 570 milhões entre 2007 e 2011. A missão era consolidar a Iveco entre os players do mercado de caminhões leves e pesados no País. Mazzu conta que a receita deu certo: investir na ampliação do portfólio em diversos segmentos do mercado com inovação, ampliar a capacidade produtiva de Sete Lagoas (MG) e dar suporte à rede de concessionários, ampliando a cobertura de atendimento e da distribuição de peças conferiu um aumento de cinco pontos porcentuais em sua participação no mercado total de veículos comerciais, passando de menos de 4%, quando assumiu, para 9% em 2012.
Certo de que esta deve ser a rota a continuar a seguir, Mazzu revela que o Brasil é um dos focos do novo ciclo de investimento global anunciado pela Iveco no ano passado, de € 1 bilhão para o período 2012-2014. Por aqui, a estratégia começa a ganhar corpo: a Iveco planeja o lançamento de 20 veículos até 2015, a maioria serão versões de modelos já existentes.
“Como gama de produtos, estamos completos. Adquirimos ampla experiência dentro do mercado brasileiro em todos os segmentos, o que nos gerou condições de identificar nichos e aplicações específicas. Portanto, o que teremos são diferentes versões de produtos em cada segmento. Um exemplo é a chegada até o fim deste ano da esperada versão 8x4 do Trakker dedicada ao segmento de mineração.”
O plano inclui ainda a abertura de pelo menos mais 30 concessionárias no País, para um total de 140 revendas no médio prazo, o que ele considera nos próximos 3 ou 4 anos. Hoje, a Iveco mantém 110 concessionárias que cobrem todo o território nacional. No quesito capacidade produtiva, o foco é a continuação da construção do parque de fornecedores já em andamento no complexo industrial de Sete Lagoas. Na primeira fase, 14 empresas devem se unir à Iveco.
“Metade desses fornecedores já foi escolhida, a outra metade está em fase de definição. Até o fim de 2014 esperamos concluir a primeira fase, com o início das operações das primeiras fábricas. Por enquanto, o que podemos dizer sobre eles é que temos definido alguns setores como montadores de conjuntos mecânicos, funilaria e pintura de componentes.”

MERCADO
Mazzu considera 2013 como um ano importante de recuperação após um 2012 difícil, no qual o mercado de caminhões amargou queda de quase 20%. Segundo suas projeções, a Iveco crescerá em linha com o mercado, cuja previsão aponta para alta de 10% sobre o ano passado. O grande propulsor do mercado de caminhões este ano é o agronegócio, analisa o executivo, a partir do novo recorde da safra de grãos. 
Neste segundo semestre, a aposta está nos caminhões mais leves, principalmente em centros urbanos, que devem agitar os negócios por conta da movimentação dos mercados atacadista e varejista que já se preparam para o elevado volume de compras tradicionais de fim de ano. Contudo, o executivo reforça que os pesados e extrapesados continuarão a ganhar espaço. 
Contudo, Mazzu lembra que a definição antecipada da política de juros para o Finame PSI foi fator essencial para o planejamento dos negócios deste ano. 
“Já existe um pleito das montadoras com o governo para que haja uma continuação desta política de anúncio antecipado de juros, o que esperamos que continuem com índices competitivos: é de extrema importância para o planejamento e na tomada de decisão de investimentos. Nossa expectativa é que continue”, conclui.
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