Facchini

Caminhões e ônibus: estratégias mantidas

Oscilações mercadológicas e industriais não mudaram em nada as estratégias de compras dos principais fabricantes de veículos pesados no Brasil para este ano. Eles compareceram ao III Fórum da Indústria Automobilística, no Golden Hall do WTC, nesta segunda-feira, 9, em São Paulo (SP). O planejamento (desenhado no ano passado e que já previa queda acentuada nas vendas neste início de ano) está mantido, segundo representantes da área de compras das montadoras com atuação nacional, que projetam para este ano mercado similar ao de 2010, com retração de 15% ante 2011. 

Apesar da manutenção das estratégias, o clima não é tão calmo como parece e diversas negociações com foco na redução de preços dos fornecedores ocorrem de forma intensa em toda a cadeia. “Se eles não baixarem os preços ficará difícil comercializar um produto até 20% mais caro como o Euro 5. E, se não vendo, também não compro. O mais importante é que os fornecedores entenderam a necessidade do momento e já trabalham em inovações e soluções que nos permitam equilibrar o jogo”, afirma Douglas Sartori, da área de compras da Agrale. 

Na visão de Jefferson Manecolo, da Mercedes-Benz, o grande gargalo está na forma como os fornecedores tier 2 fazem a gestão de seus negócios. “É preciso um amadurecimento nesse sentido”, cobra o executivo. De acordo ele, nada foi alterado no esquema de compras da companhia e as aquisições continuam respeitando prazo de três meses de antecedência. A única diferença fica por conta da mudança no mix de produção, com os modelos Euro 5 representando, hoje, 80%. 
Na Volvo, entretanto, o enfraquecimento do mercado já começa a modificar a programação. “Em virtude dessa queda um pouco mais elevada do que a esperada, estamos segurando um pouco as compras de determinados componentes. Mas acredito que o cenário deva se normalizar a partir do segundo semestre e teremos um ano dentro do esperado”, explica Dalton Abdalla, da Volvo. Para o executivo, a falta de investimento na cadeia de suprimentos, cujo nível de automação ainda é bastante baixo, dificulta as ações em momento como o atual. “O aporte em tecnologia e inovação por parte dessas empresas é muito abaixo do ideal. Temos de mudar essa situação para que a competitividade não vá embora.” 
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