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Veículos pesados geram queixas em Votorantim

Os moradores do centro de Votorantim questionam a eficácia da fiscalização a respeito da proibição do tráfego de veículos pesados pela região central. Alguns deles, que moram ou frequentam estabelecimentos na rua Monte Alegre, uma das principais do centro da cidade, afirmam que os motoristas de caminhões utilizam outras rotas, também pelo centro, para driblar a fiscalização, que se concentra na avenida 31 de Março. A Prefeitura reconhece a falha e garante que irá intensificar a fiscalização. "Existe a multa, mas não tem como ter fiscalização o tempo todo, principalmente à noite", afirma o prefeito Carlos Augusto Pivetta (PT).

É justamente à noite o período de mais reclamações dos moradores. "Meus pais, que já são idosos, não conseguem dormir com o barulho do trânsito de caminhões de madrugada", comenta o professor Marcos Edson dos Santos, de 39 anos. Ele mora na rua Monte Alegre e afirma que todos os dias a movimentação de caminhões pela rua é intensa. "Se fosse para transferir o tráfego dos caminhões de grande porte para as ruas apertadas, como esta, seria preferível liberar novamente a avenida principal", diz.
Santos já observou a rota dos caminhoneiros para driblar a fiscalização. "Da estrada, eles contornam a praça de eventos e trafegam pela avenida São João, vão cortando pelas ruas dos bairros até chegarem numa saída próxima do fim da avenida 31 de março. Só que as pequenas ruas não têm estrutura para aguentar veículos grandes e pesados desse jeito", afirma, e completa: "A fiscalização fica concentrada na avenida principal, sobretudo nos estacionamentos proibidos, mas não está prestando atenção para o que é realmente importante".
Ele destaca que a maioria dos caminhões transportam cimento e não são da cidade, portanto, não possuem alvarás de permissão de trânsito. Santos conta ainda que os moradores possuem fotos dos caminhões nas vias proibidas para provar a infração.
A recepcionista de uma academia localizada na rua Monte Alegre, Angélica Bertoletto, 26, até testemunhou um acidente causado por uma carreta de grande porte. "O caminhão não conseguiu fazer a curva direito e arrastou um carro que estava estacionado a mais de 300 metros da esquina", observa. A falta de espaço para as manobras dos caminhões preocupa os clientes do estabelecimento, segundo ela. "Quem está na academia fica atento e vai até a janela quando passa um caminhão, mas olhar não adianta nada", lamenta.
A Prefeitura mostra que, de março de 2010 até hoje, foram mais de mil autuações, tanto na avenida 31 de março quanto na avenida Gisele Constantino, via de acesso à cidade de Sorocaba, pela zona Sul. Além de prometer intensificar a fiscalização, Pivetta reconhece o problema com os abusos dos caminhoneiros e afirma que já interveio pessoalmente no caso. "Eu já entrei na frente de uma carreta que estava no semáforo da avenida Matheus Conegero e fiz sinal mostrando que era proibido. Mas eles atravessam assim mesmo", conta. 
Pivetta afirma ainda que, se os abusos continuarem constantes, irá suspender totalmente o tráfego pelas avenidas, inclusive para carretas da cidade. "Se identificarmos que são carretas da cidade que estão causando problema, os alvarás de permissão não serão mais liberados", afirma Pivetta. E pede ainda para que os moradores que se depararem com a situação, anotem as placas, para ajudar na fiscalização. Santos concorda, mas pede providências o mais rápido possível. "Podemos anotar sim, mas a Prefeitura tem que fazer a parte dela", finaliza. 
A proibição de circulação das carretas nessas vias atende a resolução municipal 01/09. Apenas os caminhões e carretas com permissão de trânsito - cerca de 75 - cedida pela Secretaria de Segurança Comunitária, Trânsito e Transporte podem circular por essas vias, levando em consideração o fato de que os condutores residem em locais próximos a esses pontos. Caso contrário são autuados. Esses alvarás permitem o trânsito desses veículos em determinados horários, como das 20h às 6h, e das 11h às 15h. A autuação pune o motorista em quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 85,00.

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