O segmento da indústria de implementos rodoviários no Brasil cresceu 47% no ano passado, de acordo com os dados de equipamentos emplacados divulgados pela Anfir, Associação dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, em coletiva à imprensa realizada esta semana.
Segundo a entidade, o Brasil produziu no ano passado 177.682 unidades, sendo 170.214 implementos para o mercado interno e 4.468 para exportação. Para Rafael Campos, presidente da Anfir, os números demonstram um momento bom para a indústria. “Estamos recuperando o tempo perdido com a crise. Os números de 2010 nos mostram algumas coisas interessantes, como a mudança de comportamento dos transportadores, que têm aplicado mais técnicas logísticas às suas operações, o que trouxe mudanças nos números de emplacamentos de algumas famílias de produtos”, diz Campos.
Um exemplo desta mudança, segundo o presidente da Anfir, é a queda acentuada no emplacamento de equipamentos graneleiros, que estão sendo substituídos por outros, para evitar o desperdício dos produtos. Outro indicador interessante revelado pelos dados da Anfir é o grande aumento da venda de implementos sobre chassis, que demonstram mudanças no perfil de consumo e no acesso dos caminhões às grandes cidades. “Com o forte aquecimento do consumo, o Brasil tem demandado mais distribuição urbana de bens, o que fez aumentar o número de emplacamentos de implementos encarroçados, sobre chassis. Outro aspecto disso é o grande número de restrições aos caminhões de grande porte em algumas metrópoles brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e outras”, explica.
Com crescimento de 41%, as exportações de implementos brasileiros tiveram bom resultado em 2010, mas ainda são motivo de preocupação para os empresários do segmento. “O Brasil precisa cuidar das questões macroeconômicas, como o câmbio, os gastos públicos, a incidência pesada de tributos sobre a folha de pagamentos e outras questões tributárias e de juros. Sem isso, os produtos brasileiros perdem competitividade e estaremos fadados à perda de espaços importantes no mercado internacional”, comenta Campos.
Existem hoje no Brasil cerca de 1500 empresas que fabricam implementos rodoviários para o transporte de cargas. As dez maiores empresas do segmento são responsáveis por 85% do mercado de reboques e semirreboques e as 50 maiores fabricantes respondem por 85% do mercado de implementos sobre chassis.
“O setor teve em 2010 um faturamento de R$ 6,8 bilhões, com previsão de aumento para R$ 7 bilhões em 2011. Nossa perspectiva é que esta indústria empregue neste ano 70 mil trabalhadores diretos e indiretos e fabrique um total de 188.500 unidades”, relata o presidente da Anfir. De acordo com ele, a capacidade instalada de produção de implementos rodoviários hoje no Brasil é de 200 mil unidades.
Financiamentos
Para Campos, programas de financiamento como o PSI (Programa BNDES de Sustentação do Investimento), que traz planos como o Procaminhoneiro e outros, com juros baixos, são a base dos investimentos para a aquisição de equipamentos rodoviários. “Cerca de 80% das compras são realizadas por meio dos planos do PSI. A manutenção deste programa e o financiamento de até 100% do valor do produto são primordiais para a sustentação do crescimento de nosso setor”, finaliza o dirigente.
FONTE: Transporta Brasil