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Sem passagem em protesto

Longas filas de carretas se formaram ontem pela manhã na Rodovia dos Imigrantes (MT-407) por causa da manifestação dos caminhoneiros contra as péssimas condições da pista no trecho entre os trevos do Lagarto, em Várzea Grande, e do Coxipó, em Cuiabá.
No trevo de acesso ao distrito de Capão Grande, os caminhoneiros empunharam faixas reivindicando reconstrução do asfalto, duplicação e sinalização da via. 
Os buracos, ondulações e a falta de acostamento e sinalização estão comprometendo a trafegabilidade. A precariedade da via é tão grande que vem fazendo com que o tempo de viagem nesse percurso, com cerca de 30 quilômetros, salte da média de 50 minutos para quase 2h30 de duração. 

Ademir Tiburcio, 44 anos, que passa pela Imigrantes seis vezes ao mês levando grãos para o posto de Paranaguá, no Paraná, e trazendo erva mate para Mato Grosso, fez questão de segurar a faixa de protesto. Ele, que mora em Sorriso, contou que nas últimas viagens vinha se perguntando por que, diante de uma situação tão grave, nenhuma manifestação havia ocorrido. 
Conforme Ademir, praticamente todas as viagens chegam ao fim com algum dano no caminhão. Umas vezes o caminhão estoura pneus, noutras quebra molas, sem contar os atrasos das viagens. Outro caminhoneiro, Luiz Alberto dos Santos Silva, acha que está havendo descaso e falta de responsabilidade dos órgãos públicos estaduais. 
Silva acha que desculpas de falta de dinheiro ou que estão com dificuldades de recuperar a pista no período não podem mais ser a aceitas. “Poderiam fazer obras e sinalização na seca; acho que é má gestão dos impostos que pagamos”, desabafou. 
O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Mato Grosso(Sindicam), Roberto Pereira Costa, que liderou a manifestação, quer a federalização da MT-407 nesse trecho da Imigrantes. Ele acha que se o governo do Estado não demonstra interesse pela melhoria da rodovia seria melhor transferi-la para o governo federal. 
Costa disse que o protesto seria uma maneira de chamar a atenção das autoridades para uma rodovia de escoamento de grão, que fica no estado campeão de produção, por onde trafegam mais de 30 mil veículos ao dia. 
O asfalto da Imigrantes, conforme Costa, não acompanhou a evolução do transporte de carga. Ele explicou que a rodovia foi projetada para o tráfego de carretas com até 27 toneladas e nunca passou por adequação para receber cargas que variam 57 a 96 toneladas, “como são os veículos atuais”, reclamou.
Operação tapa-buraco como as que são feitas habitualmente, disse, não soluciona o problema. Somente a duplicação, com abertura de acostamentos e sinalização horizontal completa, poderia resolver definitivamente as questões que todos os anos geram queixas por parte dos motoristas.

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