Facchini

Vendas de caminhões cresceram 44% em 2010

As concessionárias brasileiras venderam 157.633 caminhões novos no ano passado. O número é 44% maior que o de 2009 e 28% superior ao de 2008, ano até então recorde para a indústria de caminhões novos. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e foram divulgados nesta quarta-feira (5).
E os bons ventos devem continuar soprando em favor do mercado em 2011. É o que estimam os representantes de três concessionárias entrevistados pela Carga Pesada. “Acho que vamos vender tanto quanto ou até um pouco mais neste ano”, afirma Luiz Roberto Santiago. Ele é gerente de Vendas de Veículos Comerciais da Pirasa Veículos, loja Mercedes-Benz localizada em Campinas.
Segundo o gerente, os meses de janeiro e fevereiro devem ser bem movimentados porque os clientes vão se antecipar a um possível aumento de juros do Finame PSI e do Procaminhoneiro. Os juros atuais, de 8% e 4,5% ao ano, respectivamente, valem até 31 de março e não se sabe se a presidente Dilma Rousseff irá prorrogar essas taxas.



Caso não sejam mantidos os juros reduzidos, Santiago acredita que possa haver uma retração no mercado no segundo trimestre do ano. “Mas no segundo semestre haverá uma hiperatividade”, afirma. O motivo, segundo ele, serão as compras de caminhões antecipadas ao Euro V – legislação ambiental que tornará os veículos mais caros em 2012.
Já Jean Cândido, diretor da Suvesa - concessionária Scania de Porto Alegre -, estima que as vendas cresçam em torno de 10% em 2011. “Na nossa região, o mercado cresce num ritmo sustentado”.  Ele afirma que, no Rio Grande do Sul, 2010 foi um ano de ampliação de frota e que 2011 será de renovação. “Vai aquecer o mercado de caminhões usados”, alega.
Cândido não acredita num aumento significativo de negócios no segundo semestre em virtude do Euro V. “A menos que haja uma divulgação muito forte disso. Nossos clientes não estão conscientes das mudanças”, argumenta.
Fernando Prochet, diretor da Baden (concessionária Volkswagen de Cambé – PR), diz que as vendas em sua loja cresceram 48% em 2010, um pouco além do número apontado pela Fenabrave. E o futuro depende das medidas tomadas pelo novo governo, principalmente quanto à definição das taxas de Finame PSI e Procaminhoneiro a partir de 1º de abril.
“Eu acho que seria um ato estanho o aumento dos juros. Ninguém compra caminhão por luxo. A frota brasileira é velha e precisa ser renovada”, declara. Prochet não acredita em aquecimento nas vendas por causa do Euro V. “O que vai determinar o nosso crescimento será o ritmo da economia e as condições para financiamento.”

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