A aparência das casas revela que Itabaiana, em Sergipe, tem uma forte ligação com os caminhões: muitas têm garagens com o pé-direito alto, para abrigar um caminhão. “É o verdadeiro morar ‘em cima’ do caminhão, pois as casas são construídas sobre a garagem, como um sobrado”, comenta o secretário municipal de Esporte, Lazer, Eventos e Turismo, Marcos Henrique de Lima.
Localizada no agreste sergipano, a 70 km da capital, Aracaju, Itabaiana tem uma grande fonte de renda no caminhão. Segundo o prefeito Luciano Bispo (PMDB), o transporte rodoviário de cargas é o motor da economia local. “Os caminhões trazem dinheiro para a cidade, geram empregos e têm ajudado a elevar o padrão de vida de toda a população”, comenta.
Itabaiana tem 90 mil habitantes e cerca de cinco mil caminhões emplacados. “Isso nos dá o título de capital nacional do caminhão. É um caminhão para cada 20 pessoas, a maior taxa do Brasil”, diz o prefeito. “Depois da capital, Aracaju, temos a maior arrecadação de IPVA do estado.”
O setor de comércio e serviços para caminhões também é forte em Itabaiana, explica o secretário Lima. “Ao longo da BR-235 (que cruza a cidade) existe grande concentração de lojas de autopeças, oficinas, postos, indústrias e garagens que compram e vendem caminhões usados.” Ele mesmo atua no setor: tem quatro postos de combustíveis, em sociedade com um cunhado.
Além disso, Lima está às voltas com a criação do Sindicato dos Transportadores Autônomos da Carga (Sinditac) de Itabaiana. Será a primeira entidade a reunir os caminhoneiros da cidade e está em fase de registro no Ministério do Trabalho.
FONTE: Revista Carga Pesada